Chanel apresenta uma coleção convincente batizada de ‘The Ribbon of Life’

Traduzido por

Estela Ataíde

Publicado em



11 de março de 2025

Mesmo na ausência de direção artística na Chanel, não parecem faltar ideias, como confirma o desfile “The Ribbon of Life”, apresentado com precisão e elegância em Paris.

Photo Credits: Godfrey Deeny

Em uma terça-feira cinzenta em Paris, o desfile da Chanel no Grand Palais marcou o encerramento da temporada internacional de desfiles, que começou em Nova York, em 6 de fevereiro. E a mais nova coleção da maison foi uma exibição impressionante.
 
A fita de cetim preta, preferida pela fundadora da casa, Coco Chanel, foi o fio condutor da coleção. Foi atada uma fita a cada convite, e uma gigantesca faixa de quatro metros de largura serpenteou pelo espaço antes de voar a 15 metros de altura. Uma decoração inspiradora criada pelo cenógrafo Willo Perron.

Convertido num motivo branco semi-abstrato, o motivo da fita regressou em vestidos de cocktail super frescos e outros looks da coleção, que foi idealizada pela equipa de design interna da Chanel. A famosa maison parisiense acaba de recrutar o seu novo diretor artístico, Matthieu Blazy, que assumirá o cargo na primavera e apresentará a sua primeira coleção para a maison em outubro, durante a próxima temporada de prêt-à-porter em Paris.

Chanel – outono-inverno 2025 – 2026 – Moda Feminina- França – Paris – ©Launchmetrics/spotlight

Apesar da falta de direção criativa, foi possível apreciar o sentido de humor presente em toda a coleção. E, apesar das enormes dimensões do desfile (com um recorde de 2 mil convidados), os principais acessórios eram microbolsas acolchoadas e cravejadas de joias em prata metalizada ou couro envernizado preto.

Photo Credits: Godfrey Deeny

A obsessão de Coco por pérolas resultou em todo o tipo de referências visuais:  bolsas de cintura de pérolas, sapatos de bico quadrado sobre saltos de pérolas estampados com o logotipo CC e uma micro-micro bolsa pérolas que fez sorrir toda a primeira fila.

Photo Credits: Godfrey Deeny

No que diz respeito ao vestuário, não faltaram ideias novas (e boas). Os casacos clássicos da Chanel foram repensados com apenas dois bolsos de remendo e golas indianas com joias, ou ganharam cortes alongados, usados sobre minissaias e finalizados com golas brancas com folhos. Um estilo muito Catarina de Médicis, que provavelmente não teria desagradado a Coco.
 
Brincando livremente com os códigos da casa, a coleção incluiu looks totais em lã xadrez com casacos sem mangas a condizer, luvas, saias compridas ao estilo dos anos 20, sapatos pretos de bico fino e chapéus cloche.

Chanel – outono-inverno 2025 – 2026 – Moda Feminina- França – Paris – ©Launchmetrics/spotlight

Para a noite, os vestidos de cocktail apresentavam estampados abstratos de rabiscos. Saias e cardigans de malha bege e preta eram impecavelmente chiques. Desde que Virginie Viard saiu, na primavera passada, a Chanel apresentou cinco coleções, cada uma melhor do que a anterior. Os designers que trabalham nos bastidores não são principiantes.
 
Tudo foi pontuado por uma trilha sonora bem escolhida, desde a dança cerebral da compositora canadense Daphni ao house de Faithless.

Chanel -outono-inverno 2025 – 2026 – Moda Feminina- França – Paris – ©Launchmetrics/spotlight

O elenco foi igualmente irrepreensível, com a modelo italiana Vittoria Ceretti abrindo o desfile com um deslumbrante vestido curto de lã bouclê cinzento-escuro com acabamento em tule. E o sucesso durou até ao final, com Mona Tougaard em um vestido justo com vários babados, atado num ombro com uma fita, segurando uma micro bolsa na mão, em uma referência visual final.
 
Próxima parada: o Norte de Itália para o próximo desfile cruise da Chanel no final de abril. Coco ficaria certamente orgulhosa da notável resiliência da sua maison.

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Fonte: Fashion Network

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