Christian Louboutin: elegância e requinte no Crillon

O dandismo, ou a arte de fazer com que as pessoas compreendam que apreciamos as coisas mais finas da vida, foi o cerne da questão na última exibição espirituosa da marca homônima do designer franco-egípcio Christian Louboutin.

 
Encenada em um dos locais mais elegantes de Paris, o Salon des Aigles no Hôtel de Crillon, a apresentação da sua linha superior foi retratada como 24 horas na vida de um dandy.
 
Onde belos e egocêntricos jovens posavam num elegante conjunto metafísico de degraus e círculos de contraplacado. Sobre eles pousavam quatro arquétipos – um vilão de terno preto; uma estrela afro de Jazz dos anos 50; um pós-punk de kilt em tartan Stewart e camisa branca; e um roqueiro vestido en denim. Todos evitavam olhar para os convidados. 

Percebia-se um pouco da sua presunção devido ao calçado. Desde umas dramáticas botas Lord Chamberlain com cordões e tiras duplas no tornozelo do escocês punk, aos sapatos Farfaman bordados com borboletas usados incongruentemente pelo roqueiro. O jazzman parecia positivamente fetichista num par de botas Circus Booty Pearla incrustadas de strass. Deixando a figura afro final em mocassins de gorgorão do Louvre.
 

Duas salas separadas incluíam uma dedicada aos artesãos que exibiam o polimento tridimensional e o acabamento profundo dos sapatos Christian. Também se encontrava uma exposição notável de sapatos Farfajour e Farfanuit, de edição limitada, com borboletas quase estranhas, cortesia de uma longa relação com a Lesage, uma casa bordadeira de Paris.
 
Um último salão, onde, segundo o mito, a rainha consorte Marie Antoinette praticava piano, apresentava botas e sapatos de homem Chambeliss super cool. Todos com acabamentos de alfinetes em metal, inspirados nos tradicionais alfinetes de camisa, onde a bota Chambelimonk ganhou o nosso voto para o calçado desta estação de moda masculina.
 
Para os dândis e os fantasistas de pés variados, isto foi quase o paraíso.