Os clássicos da Disney já fazem parte do inconsciente comum. Mesmo quem não tenha assistido a algum dos filmes acaba tendo alguma referência visual das princesas da Disney ou dos vilões destes contos de fada: seus vestidos, as silhuetas das vilãs ou até mesmo os cortes de cabelo. Estes filmes, de certa forma, informaram a nossa percepção estética desde a infância. A luta entre o bem e o mal ou a evolução de cada personagem estava tão clara nos figurinos como nos diálogos, que talvez tenham se tornado as primeiras impressões do que acabaria se tornando o nosso senso de estilo.

Crédito: Branca de Neve/@fernl2606

Crédito: Cinderela/Disney

Crédito: A Bela Adormecida/Disney
É preciso destacar que há muito mais base histórica por trás dos vestidos esvoaçantes do que damos crédito. Os designs dos personagens geralmente remetem às tendências de moda da época de lançamento. “Branca de Neve”, criada em 1937, espelha a silhueta feminina dos anos 30 com sua cintura marcada e saia volumosa, enquanto “Cinderela” (1950) incorpora o glamour pós-guerra do New Look de Christian Dior. “A Bela Adormecida” (1959), como um todo, é uma fusão entre o gótico medieval, incorporando a silhueta ampulheta característica da época. Sem contar a briga entre as fadas para escolher entre o vestido azul ou rosa que representava a disputa de ideias dos criadores e times de marketing da Disney na época para promover o filme.

Crédito: A Pequena Sereia/Disney

Crédito: A Bela e a Fera/Disney

Crédito: Pocahontas/Disney
Os cabelos volumosos, mangas bufantes e a cintura alta de “Ariel” (1989) eram a pura essência dos anos 1980. Já “Bela” (1991) trouxe o look romântico do início dos anos 1990 em seus vestidos de inspiração no século XVIII, mas levando a praticidade e simplicidade que marcaram a moda e a personalidade da personagem, principalmente pelo cabelo castanho preso em um rabo de cavalo. “Pocahontas” (1995), por sua vez, surge no auge da valorização da naturalidade, com seu visual em tons terrosos muito mais despojado e minimalista, completados pelos cabelos extensos soltos ao vento.

Crédito: A Princesa e o Sapo/Disney

Crédito: Frozen/Disney

Crédito: Moana/Disney
As princesas mais contemporâneas não fogem a regra. Tiana, de “A Princesa e o Sapo” (2009), representa os anos 1920 no auge do vintage revival dos anos 2000. As irmãs Anna e Elsa de “Frozen” (2013) incorporaram a estética escandinava minimalista que dominava a moda no início dos anos 2010. E finalmente, “Moana” (2016) junto ao estouro da moda sustentável tem o figurino que celebra elementos naturais e um “que” de apreciação pela diversidade cultural que marcaram a segunda metade da década.

Foto: Disney X Pandora (Reprodução/Pandora)
Não é à toa que estas personagens e suas histórias são celebradas comercialmente, tendo o mês de Agosto dedicado à elas pela organização. É nesta época que são lançados novos e os mais variados produtos para todo tipo de público. Se por um lado há novas linhas de brinquedos e materiais escolares para crianças, por outro há os mais diversos acessórios, cosméticos e até itens de decoração. De Mattel à Pandora, o fato é que licenciar ou criar produtos para os mais variados públicos é algo que a Disney faz com excelência — até Romero Britto já fez o seu take. E este ano a empresa promete novidades ainda mais interessantes que vão até acabar em um certo programa de moda que retorna à televisão.
Mas é exatamente quando estas roupas acabam sendo adaptadas a versões que vão além da tela que o impacto é ainda mais forte, como em bonecas ou fantasias. Quando uma criança se veste como sua princesa favorita ou escolhe cuidadosamente o guarda-roupa de sua boneca, ela está exercitando suas primeiras decisões de estilo, brincando com cores e texturas e acessórios. O ato de vestir uma boneca, escolher se hoje ela se sente mais como Elza ou como Anna não é tão diferente do ato de montar um look que nós como adultas fazemos.
Além disso, os figurinos vão além de apenas a questão estética, simbolizam personagens amadas e admiradas, permitindo que a criança também descubra como as roupas podem transformar não apenas a aparência, mas também a postura e a autoconfiança, afinal a moda é, acima de tudo, uma forma de contar nossa própria história.
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Fonte: Steal the Look