conheça a figurinista que assina O Diabo Veste Prada 2 » STEAL THE LOOK

Provavelmente você não se recorda pelo nome, mas com certeza conhece o trabalho da figurinista norte-americana Molly Rogers, que ao longo de quatro décadas assinou alguns dos figurinos mais comentados da TV e do cinema, incluindo séries e filmes que se tornaram referência fashion. Agora, Molly está à frente de um dos projetos mais aguardados por quem ama moda: O Diabo Veste Prada 2, atualmente em produção.

Para conhecer mais sobre ela, continue a leitura:

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Pessoa de cabelo loiro e casaco acolchoado prateado, sorrindo suavemente com a mão no queixo.

Foto: Molly Rogers (Reprodução/Divulgação)

afinal, quem é Molly Rogers?

Além de atuar como figurinista há mais de 40 anos, Molly é formada em Psicologia e seu caminho para a moda começou de forma nada convencional. Durante uma viagem a Londres, ouviu de uma vidente que seu futuro estava no universo fashion. Pouco tempo depois, mudou-se para Nova York e conseguiu seu primeiro trabalho na área: dobrar camisetas na icônica loja de Patricia Field.

A partir daí, foi conquistando espaço, entrou para a equipe de figurino da série Crime Story e nunca mais saiu dos bastidores das produções. Com o tempo, tornou-se braço direito de Patricia, aprendendo a traduzir personagens através de roupas e a criar figurinos que viraram referência fashionista no mundo todo.

Quatro mulheres sorridentes andando juntas na rua, segurando sacolas de compras e usando roupas elegantes.

Foto: Sex and the City (2008) (Reprodução/Divulgação)

os figurinos de molly rogers que você já viu por aí

A carreira de Molly Rogers é marcada por produções que moldaram o imaginário fashion de gerações. Ela fez parte da equipe de figurino de Sex and the City, série da HBO comandada por Patricia Field, que se tornou um marco na cultura pop ao unir moda e narrativas sobre mulheres independentes, explorando relacionamentos, amizades e carreira de forma inédita para a TV e, como o próprio nome sugere, falando abertamente sobre sexo — algo muito ousado para a época.

Molly também colaborou com Patricia nos dois filmes que deram sequência à história: Sex and the City: O Filme (2008) e Sex and the City 2 (2010). Mais tarde, assumiu como figurinista principal em The Carrie Diaries, retratando a juventude de Carrie Bradshaw nos anos 1980 com looks vibrantes e cheios de referências vintage.

Três mulheres em roupas elegantes estão em um café ao ar livre, com outras pessoas ao fundo.

Foto: Emily in Paris (Season 2) (Reprodução/Divulgação)

Ela voltou a trabalhar ao lado de Patricia Field nas duas primeiras temporadas de Emily in Paris, ajudando a criar o guarda-roupa ousado e maximalista da protagonista. Em And Just Like That (2021–2025), assumiu sozinha o figurino, atualizando os estilos das personagens para um novo momento de vida. Agora, encara o desafio de dar continuidade ao legado visual de um dos filmes mais icônicos da moda, assinando O Diabo Veste Prada 2, atualmente em produção.

Duas mulheres examinando documentos atentamente. Uma usa boina colorida.

Foto: Meryl Streep e Patricia Field (Reprodução/Getty Images)

o que esperar dos figurinos do o diabo veste prada 2

Onde tem Molly Rogers, provavelmente haverá Patricia Field por perto. Em entrevista ao Golden Globes, Molly já disse que considera Patricia como uma mãe. A título de curiosidade, foi a própria Patricia quem assinou o figurino do primeiro O Diabo Veste Prada. Na continuação, Molly foi escolhida a dedo para assumir o figurino, decisão que se deve aos seus anos como assistente e braço direito da lendária figurinista, além do conhecimento profundo do estilo e da assinatura estética do filme.

Com um currículo repleto de produções de peso, ela reúne a experiência necessária para manter a essência que conquistou o público, atualizar a história com um novo olhar e, ao mesmo tempo, afirmar-se como sua própria referência. 

Porém, com tantas imagens de bastidores de O Diabo Veste Prada 2 circulando na internet, as opiniões se dividiram. As críticas mais frequentes miram os looks dos protagonistas e apontam uma suposta falta de fashionismo em comparação ao primeiro longa. O que foi divulgado até agora parece ter um ar casual demais, com menos ousadia e personalidade — pelo menos, é isso que se lê nos comentários das redes sociais. Vale lembrar que And Just Like That também recebeu críticas pelo guarda-roupa de suas personagens, o que coloca Molly no centro do furacão mais uma vez.

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a internet está dividida

Mas o que podemos entender sobre essa onda de reações negativas? Primeiro, que o padrão de comparação para qualquer continuação de um filme ou série de sucesso é altíssimo. O original criou uma fantasia no universo da moda — quantas meninas sonharam em trabalhar em um escritório como o da trama por conta daquela história? Nós, look stealers, estamos entre elas. Hoje, no entanto, o zeitgeist é outro. O minimalismo ganhou espaço, e basta olhar para as passarelas e para as ruas para percebermos que o termômetro da moda está mais contido, com paletas mais neutras e um clima geral menos exuberante. Nesse contexto, faz sentido que a opção mais segura e fiel para traduzir o momento atual seja retratar o que realmente se vê no cenário contemporâneo.

Três mulheres em vestidos de gala pretos, em um evento sofisticado, com expressões sérias. Molly Rogers não diretamente relacionada.

Foto: Diabo Veste Prada (Reprodução/Divulgação)

Outro ponto é que, assim como tudo na vida, as personagens também amadurecem e seu estilo pessoal acompanha essa evolução. Além disso, fotos de set raramente contam a história completa. O figurino dialoga diretamente com a narrativa e muitas vezes é pensado para ganhar força na tela, e não no clique isolado. Há, inclusive, quem acredite que tantas imagens divulgadas sejam uma “cortina de fumaça” para preservar as grandes surpresas do filme.

Também é injusto comparar profissionais. Cada figurinista tem sua própria maneira de trabalhar, seu estilo e sua leitura de mundo. O equilíbrio entre nostalgia e atualização para um novo tempo é delicado, e, independentemente do caminho escolhido, sempre haverá comentários. Se Molly tivesse seguido exatamente o oposto, com um olhar maximalista, ousado e carregado de elementos, provavelmente seria acusada de exagero. É realmente difícil agradar a todos.

Por isso, é precipitado afirmar que falta “moda” com base apenas em cliques de bastidores. Molly foi escolhida pelo repertório e pelo entendimento profundo desse universo, e suas escolhas parecem alinhadas ao momento presente. Ao que tudo indica, veremos uma transição intencional: menos fantasia e mais casualidade, apresentada de forma elegante e conectada ao contexto contemporâneo. É uma abordagem que respeita a identidade visual do primeiro filme, mas a reinterpreta para dialogar com o cenário atual da moda e com o que deve ganhar força no próximo ano.

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Fonte: Steal the Look

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