Conheça um dos ambientes mais extremos – e habitáveis

Uma lição que a ciência nos ensina é que a vida tenta sempre persistir. A maioria dos seres vivos possui senso de sobrevivência e poder de adaptação. A ponto de algumas espécies viveram em condições completamente desfavoráveis nos chamados ambientes extremos.

É o caso das piscinas de salmoura subaquáticas, cujas principais características são a alta salinidade e a falta de oxigênio. Como o próprio nome diz, elas ficam no fundo do mar. E, ao contrário das probabilidades, elas abrigam vida.

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Um desses locais foi estudado recentemente, em uma pesquisa de 2022. Cientistas da Escola Rosenstiel de Ciências Marinhas e Atmosféricas da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, encontraram, durante uma expedição, um desses locais no Golfo de Aqaba, no Mar Vermelho.

O tema foi retratado em estudo pelo seu ineditismo: trata-se da primeira vez que piscinas de salmoura foram descobertas nesse golfo. E, nela, os biólogos identificaram algumas formas de vida.

Sal e vida

• De acordo com os pesquisadores, os lagos salgados nascem a partir do acúmulo de soluções hipersalinas nas depressões do fundo do mar.
• A equipe investigou as águas do Golfo de Aqaba a cerca de 1,7 mil metros abaixo da superfície, usando o veículo subaquático OceanXplorer.
• Em um vídeo nas redes sociais, eles explicam que a descoberta ocorreu quase que por acaso.
• O veículo estava se preparando para voltar à superfície quando, nos últimos 5 minutos, encontrou o lago:

• Ao analisarem amostras, os cientistas descobriram que o lago principal preserva camadas de rochas milenares.
• Isso pode ajudar em estudos sobre tsunamis, enchentes e terremotos no Golfo de Aqaba que ocorreram há muito tempo atrás.
• Sobre a vida marinha, eles identificaram micróbios, além de alguns camarões e peixes.
• Você pode ler a pesquisa na íntegra no periódico Communications Earth & Environment.

Vida fora do planeta?

De acordo com o principal autor do artigo, o geocientista marinho Sam Purkis, essas descobertas podem ser importantes também na busca por vida fora do planeta:

“Nossa descoberta de uma rica comunidade de micróbios que sobrevivem em ambientes extremos pode ajudar a traçar os limites da vida na Terra e pode ser aplicada à busca de vida em outros lugares do nosso Sistema Solar e além”, disse o especialista.

Seria algo como: se essa criatura consegue viver em um ambiente assim, talvez devêssemos ampliar o escopo da nossa busca no espaço.

É um ponto de vista. Mas é importante dizer que esse não é o principal objetivo dessa pesquisa. Conhecer esses lagos de sal no fundo do mar mostram para nós o quanto ainda não conhecemos sobre essa parte do mundo.

Como já mostramos aqui no Olhar Digital, os especialistas estimam que a gente conheça apenas 5% do que existe em nossos oceanos.

As informações são do IFL Science.