O Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico (Dieese) divulgou no dia 8 de março um boletim especial para o Dia Internacional das Mulheres, com dados sobre a situação feminina no mercado de trabalho.
A pesquisa mostra que, apesar da taxa de desocupação ter níveis historicamente baixos, no 3º trimestre de 2024, 3,7 milhões de mulheres estavam sem trabalho e em busca ativa de uma colocação no mercado de trabalho.
O uso do tempo sempre foi uma das principais pautas da disputa dos trabalhadores e as mulheres são penalizadas com mais responsabilidades e tempo dedicado às tarefas domésticas. Cerca de 13 milhões de mulheres disseram que não estavam aptas a trabalhar porque tinham que cuidar dos afazeres domésticos, filhos ou outros parentes.
Esse número representa cerca de 31% das mulheres fora do mercado de trabalho. Apenas 3% dos homens fora da força de trabalho afirmaram que os afazeres domésticos ou cuidados com outras pessoas não permitiam que eles trabalhassem.
Mercado de oportunidades para as mulheres
Os dados mostram que ainda é necessário criar oportunidades para as mulheres terem a própria renda, e encontrar a profissão certa pode ser um desafio. Porém, com a oferta de cursos em diversos segmentos por causa da internet, a capacitação se torna mais acessível e novas possibilidades surgem. É o caso do mercado imobiliário que, apesar de ter registrado maior procura por parte das mulheres, ainda é pouco divulgado.
De acordo com a Diretora Nacional de Integração Feminina do COFECI (Conselho Federal de Corretores de Imóveis), Izabel Maestrelli, o mercado imobiliário é uma possibilidade real de renda. “Quase 40% dos profissionais na corretagem de imóveis são mulheres e 60% delas já têm nível superior. Essa profissão ainda não é tão difundida quanto poderia ser. E não é preciso ter formação superior para iniciar na carreira. Qualquer pessoa com o segundo grau completo pode se habilitar na profissão e fazer o curso da TTI (Curso Técnico em Transações Imobiliárias)”, relata Izabel.
O tempo também não é um impedimento nesse segmento. “O setor imobiliário tem ótima flexibilidade de horário e você pode usar sua rede de relacionamento e mídia social para se conectar com os clientes e fazer parcerias que possam auxiliar na captação e na demonstração de imóveis. E, ao meu ver, a profissão de corretora de imóveis é perfeita para as mulheres, porque elas têm um olhar mais cuidadoso para o lar, vão identificar as reais necessidades da família e indicar a melhor logística de localização. Isso tudo vai contribuir para atender o maior número de critérios exigidos pelo cliente. Isso é mais negócio, mais confiança e mais renda”, acrescenta Izabel.
Rendimentos iguais
Além das dificuldades para conseguir ocupação no mercado de trabalho, as mulheres também estavam mais concentradas em profissões que exigem menos qualificação formal e que recebem menores rendimentos, de acordo com o levantamento do DIEESE. Uma em cada três mulheres ocupadas (37%) ganhava um salário mínimo ou menos.
Entre os trabalhadores que ocupam cargos de direção, as diferenças de remuneração foram grandes. Diretoras e gerentes mulheres ganharam, em média, R$6.798,00, enquanto os homens na mesma função receberam R$10.126,00, diferença de R$3.328,00 ao mês, que, em um ano, equivale a R$40 mil a menos para elas.
Apesar da lei da igualdade salarial, Lei 14.611/2023 – válida para empresas com mais de cem funcionários – a diferença de remuneração ainda é grande no Brasil. Porém, no mercado imobiliário a grande vantagem é que não há diferença. “Neste segmento não existe distinção, homens e mulheres ganham exatamente o mesmo percentual sobre o valor da intermediação. Isso gera uma satisfação enorme. Sem falar no resultado da solução de conflitos, onde as mulheres são campeãs”, finaliza a Diretora Nacional de Integração Feminina.
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Fonte:Bem Paraná