Coty reduz previsões e adia o dia do investidor, em meio à incerteza econômica no mercado dos EUA

A Coty, empresa-mãe da CoverGirl, comunicou na terça-feira, 6 de maio, que reduziu as previsões de lucros para o ano fiscal de 2025 e adiou o seu dia do investidor por pelo menos alguns meses devido à incerteza macroeconômica e tarifária.

As políticas comerciais erráticas do Presidente dos EUA, Donald Trump, alimentaram os receios de uma recessão iminente, levando os clientes – que ainda estão sofrendo com a inflação elevada – a serem mais exigentes em relação aos artigos discricionários que compram, incluindo produtos de beleza, e forçando as empresas a moderar as suas expectativas para o ano.

O crescimento na categoria de beleza desacelerou em relação ao primeiro semestre do ano fiscal de 2025, uma vez que a procura dos consumidores abrandou, com o mercado dos EUA sob maior pressão para a sua categoria de cosméticos de massa, disse a CEO Sue Nabi, acrescentando que as tendências da procura foram mais fortes na Europa.

Os varejistas dos EUA têm vindo a desestocar devido à fraca procura, com alternativas mais baratas em plataformas online como a Amazon a pressionar ainda mais o negócio de perfumes de consumo de massa da Coty.

A América do Norte representa 30% das vendas da empresa, sendo os produtos do seu segmento de beleza de consumo maioritariamente fabricados nos EUA. Os seus produtos da categoria de prestígio são fabricados principalmente na Europa.

Embora a exposição da empresa às tarifas seja mínima, a Coty disse que consideraria transferir a produção da Europa para os EUA e ampliar a sua base de fornecedores de componentes de marketing e de matérias-primas provenientes da China, se as taxas se mantiverem em vigor a longo prazo.

A Coty afirmou que o seu programa expandido de redução de custos, anunciado em abril, e o poder de fixação de preços das suas marcas deverão ajudá-la a compensar o impacto das tarifas.

O enfraquecimento do negócio de varejo de viagens nos aeroportos da Ásia também prejudicou os varejistas de produtos de beleza, com a gigante dos cosméticos Estée Lauder registrando uma recuperação lenta da demanda no mercado chinês.

A empresa disse que prevê que o lucro por ação em 2025 se situe entre 49 e 50 centavos, em comparação com a sua previsão anterior de 50 a 52 centavos. As vendas do quarto trimestre devem diminuir em um percentual elevado de um só dígito, com redução de cerca de 2% nas vendas anuais.

A receita do terceiro trimestre, que encerrou em 31 de março, caiu cerca de 6%, para 1,3 bilhão de dólares, segundo dados compilados pela LSEG.