Crise de pânico: tudo o que você precisa saber sobre o transtorno que afetou Fátima Bernardes


Entenda o que é o quadro, quais os sintomas mais comum, como identificar os gatilhos e quais são os tratamentos recomendados Palpitação, falta de ar, mãos suando e uma sensação intensa de que algo terrível vai acontecer – às vezes, de que irá morrer. Esses são alguns dos sinais de uma crise de pânico, uma condição que pode atingir qualquer pessoa, em qualquer momento da vida, e que, muitas vezes, é confundida como um ataque cardíaco ou uma crise de ansiedade.
Recentemente, a apresentadora Fátima Bernardes falou abertamente sobre um episódio que viveu durante um voo voltando de Nova York, ao lado de seu ex-marido William Bonner. A jornalista contou que sentiu um medo paralisante e que o remédio que o médico havia receitado para ela deu o efeito contrário, gerando tremores, suor frio e palpitação. Após o acontecido, Fátima ficou sem entrar em um avião por mais de dois anos e relatou que ainda sente desconforto ao voar.
Mas afinal, o que caracteriza uma crise de pânico? O que acontece no nosso corpo e mente durante um episódio como esse? E como podemos lidar com os efeitos posteriores à situação? Para responder a essas e outras perguntas, conversamos com o psicanalista e professor sênior da Associação Brasileira de Psicanálise Clínica (ABPC), Artur Costa.
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O que é uma crise de pânico?
De modo geral, uma crise de pânico é um episódio súbito de medo ou desconforto intenso, que atinge seu auge em poucos minutos. “Os sintomas físicos mais comuns incluem palpitações, sudorese, tremores, sensação de falta de ar, dor no peito, náusea e tontura”, explica o psicanalista. “E, cognitivamente, pode surgir o medo de morrer, “enlouquecer” ou perder o controle”, completa.
Gatilhos que podem desencadear uma crise
No caso de Fátima Bernardes, o episódio aconteceu após dias longe dos filhos, em um momento de alta carga emocional e ansiedade. Além disso, ela contou que tomou remédio para dormir durante o voo, que acabou gerando efeito contrário, sendo mais um possível gatilho para o acontecido. “Alguns medicamentos, como sedativos e hipnóticos, podem provocar agitação paradoxal – quando uma pessoa vivencia o oposto do que se espera de um medicamento ou situação – em algumas pessoas. Isso somado à ansiedade antecipatória, pode ter funcionado como o principal gatilho”, diz Artur Costa.
Outros estímulos comuns são o estresse crônico – que pode levar a um estado de hipervigilância, aumentando a reatividade a estímulos ‘ameaçadores’ –, consumo excessivo de cafeína, traumas anteriores e até mesmo a privação de sono. “A sensação de perda de controle diante da visa também pode aumentar a vulnerabilidade para desencadear as crises”, acrescenta o especialista.
O que acontece no nosso corpo durante uma crise?
“Durante uma crise de pânico, ocorre uma ativação abrupta do sistema nervoso simpático – é a parte do sistema nervoso autônomo que ativa a resposta de “luta ou fuga” do corpo –, resultando na liberação de adrenalina”, aponta Artur. Essa descarga emocional provoca respostas como taquicardia, respiração acelerada, tremores, suor intenso e até sensação de sufocamento. “Esses sintomas são respostas fisiológicas a uma ameaça, mesmo que não seja uma ameaça real”, diz ele.
Como a vergonha interfere no quadro?
Um ponto importante mencionado por Fátima foi o constrangimento que sentiu ao demonstrar que estava com medo e entrando em pânico no meio do voo. De acordo com o psicanalista, esse tipo de sentimento é comum e pode agravar o episódio.
Qual é o tratamento?
“O tratamento geralmente envolve uma combinação de psicoterapia como a terapia cognitivo-comportamental, e, quando necessário, farmacoterapia com antidepressivos ou ansiolíticos”, explica o psicanalista. Além disso, práticas de manejo do estresse, exercícios físicos regulares e técnicas de relaxamento também são recomendadas para auxiliar.
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Fonte: Glamour

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