Design Week de Milão: Louis Vuitton amplia linha e Armani/Casa celebra seu 25.º aniversário

Para a Design Week de Milão 2025, as marcas de luxo não fizeram economia, apresentando coleções cada vez mais extensas e luxuosas para  casa. É o caso, nomeadamente, dos pesos pesados Louis Vuitton e Giorgio Armani, para os quais o evento representa um passo decisivo. A marca de referência da LVMH lançou uma coleção extensa e profundamente reorganizada. Por outro lado, o grupo italiano celebrou o 25.º aniversário da sua linha Armani/Casa com uma coleção à la “alta-costura”.

Sempre muito aguardada, a apresentação da Louis Vuitton surpreendeu pela quantidade de objetos expostos. Instalada, como habitualmente, no Palazzo Serbelloni, no Corso Venezia, a marca encheu a sucessão de salas e salões luxuosos com uma riqueza infinita de objetos, entre móveis, acessórios de design, têxteis, louças e objetos de arte. Além de uma série de baús transformados em camas, estantes ou cômodas.

Este ano, de fato, a gama para a casa foi completamente renovada e reorganizada sob a designação de “Louis Vuitton Home Collections”. Este universo, ao qual a marca acaba de consagrar pela primeira vez um espaço dedicado numa loja – a recém-renovada e ampliada loja de Milão – reúne as cinco categorias de produtos desenvolvidas pela marca nos últimos anos no segmento casa.

Em primeiro lugar, os “Objets Nomades”, a coleção de artigos inspirados em viagens que a Louis Vuitton lançou em 2012, em colaboração com os principais designers, e que até agora tem ocupado a maior parte da Design Week. A novidade deste ano é a peça Kaleidoscope do Estudio Campana, sediado em São Paulo, Brasil.

Depois, há a linha de mobiliário e luminárias “Signature Collection”, incluindo sofás, cadeiras modulares, aparadores e mesas, fabricados na Itália e na França em materiais preciosos por uma seleção de designers de renome, bem como objetos de design e têxteis-lar, a arte da mesa com os seus luxuosos serviços de porcelana e, por fim, jogos “excepcionais”, como os incríveis pebolins de estilo marinho com os seus jogadores em forma de sereias desenhados pelo Estudio Campana ou a máquina de pinball futurista inspirada na última coleção masculina de Pharrell Williams.

Este ano, a Louis Vuitton também presta homenagem ao pintor futurista italiano Fortunato Depero, com uma coleção de almofadas, mantas e pratos com desenhos coloridos inspirados nos arquivos do artista, e à arquiteta modernista francesa Charlotte Perriand, a quem a Fondation Louis Vuitton dedicou uma retrospectiva em 2019, com uma primeira coleção têxtil de mantas e almofadas.

Como em todas as edições do Salão do Móvel de Milão, a marca escolheu a casa de praia de Charlotte Perriand “Au Bord de l’Eau” como arquitetura nómada, tendo-a já instalado no pátio do Palazzo Serbelloni em 2015.

Giorgio Armani se afastou do magnífico Palazzo Orsini, onde apresentou a sua linha de mobiliário para a casa nos últimos dois anos, para voltar à sua megastore dedicada à casa, que inaugurou em 2016 com as suas 15 vitrines em dois pisos, expostas no centro de Corso Venezia. “O diálogo com Milão tornou-se uma parte essencial do meu trabalho como designer e empresário. E isso é particularmente verdadeiro durante o Salão de Móvel, quando a cidade é tão vibrante e internacional”, explicou Giorgio Armani em uma comunicado. Este é um ano especial pois ele celebra o 50.º aniversário do grupo, o 25.º aniversário da Armani/Casa e o 20.º aniversário de sua alta-costura.

Para celebrar o quarto de século da sua linha para a casa, lançada em 2000, o estilista concebeu uma coleção especial altamente sofisticada que presta homenagem à alta-costura com peças quase únicas. Para a ocasião, deixou de lado o estilo sóbrio que caracteriza as suas criações para a casa, com a sua habitual paleta de tons naturais, para colocar a ênfase em decorações preciosas, em particular através de bordados fantásticos e motivos pintados à mão.

A coleção intitula-se “Encres d’Orient” e, como acontece frequentemente com Giorgio Armani, inspira-se na Ásia. Os motivos “selva” criados pelo especialista em têxteis pintados e bordados De Gournay adornam poltronas e sofás, bem como um conjunto de roupa de cama. Cada peça, bordada à mão na Índia, exigiu cerca de 50 materiais, incluindo fibras, pérolas e fios metálicos, e 200 horas de trabalho.

Mais adiante, um dragão é delineado como uma tatuagem pintada em tinta preta ou folha de ouro em um móvel, cuja pega tem a forma de uma tsuka, o punho de uma espada de Samurai. Duas consolas de veludo são bordadas com pérolas e fios de ouro. Outras novidades são as luminárias de pé feitos de tiras de sélénite.

A linha Armani/Casa, que comercializa móveis, luminárias, tapeçarias, tecidos, tapetes e têxteis, oferece agora uma linha completa para a casa, incluindo cozinhas, banheiros e papel de parede. A marca está presente em 29 países através de cerca de 40 lojas em todo o mundo.

E acaba de abrir uma nova loja em Dubai, além de ter expandido a sua rede nos Estados Unidos, mudando a sua loja de Los Angeles para um novo e fabuloso espaço de rua e acrescentando um ponto de venda Armani/Casa no seu novo edifício em Nova York, na Madison Avenue. Estão previstas mais três aberturas, nomeadamente em Riade e Bangladesh.

O desenvolvimento de residenciais de luxo também está acelerando, com novos projetos na Cidade do México, no Rio de Janeiro – o segundo projeto no Brasil – e na Florida. A divisão Armani/Casa também está envolvida no equipamento dos hotéis Armani. O grupo abriu três hotéis, em Milão, Dubai e perto de Riade, na Arábia Saudita.