A moda dos piercings já teve seus altos e baixos, influenciada por fatores sociais, culturais e políticos. A primeira grande popularização aconteceu nas décadas de 70 e 80, como parte do movimento punk. Em 1993, com o lançamento do clipe Cryin’, do Aerosmith, estrelado por Alicia Silverstone, uma cena em que a atriz perfura o umbigo teve impacto imediato. De acordo com o New York Times, citado pela Vice, um estúdio de Nova York viu os pedidos de piercing no umbigo saltarem de 1 por dia para 20 e até 50 nos fins de semana logo após o lançamento. No mesmo ano, Christy Turlington e Naomi Campbell exibiram umbigos perfurados no desfile de Isaac Mizrahi em Londres. Entre os anos 90 e 2000, praticamente toda it girl tinha um piercing no umbigo, basta lembrar de Britney Spears, Beyoncé, Lindsay Lohan e muitas outras celebridades.
A partir de 2010, a tendência entrou em declínio, mas desde então um novo movimento começou a surgir e ganhar força em 2025. Agora, o piercing não está mais só na pele, e sim nas roupas. E é sobre essa nova forma de usá-lo que vamos falar hoje. Para entender mais, continue a leitura:

Foto: Skims (Reprodução/Instagram)
a moda dos piercings não está mais só na pele, e sim nas roupas
O mais recente lançamento que reafirma a volta da moda dos piercings veio da Skims, marca de Kim Kardashian. Neste ano, a grife relançou o modelo Ultimate Bra com um “raised nipple detail” embutido e um piercing de nylon removível nos bojos. A peça combina todo o conforto e suporte característicos da Skims com um forte apelo fashion. Além de ser claramente polêmico, o produto ganhou ainda mais força com a campanha que foi projetada para gerar burburinho. No vídeo, uma modelo entra em um bar e atrai todos os olhares para os mamilos, provocando discussões sobre moda, tabus e autoexpressão.

Foto: Tory Burch (Reprodução/Vogue Runway)
Antes do lançamento da Skims, outras marcas já começaram apostar a tendência dos piercings na moda, com destaque para Tory Burch, uma das principais responsáveis por esse movimento. Nas passarelas da coleção primavera/verão 2024, a grife apresentou mules com detalhes metálicos que remetem a piercings. Na temporada seguinte, manteve a aposta com bolsas de argolas grandes.

Foto: Rabanne (Reprodução/Vogue Runway)
Rabanne no desfile primavera/verão 2025 também apostou na tendência ao revelar um vestido e uma bolsa com piercings combinando.

Foto: Vivianne Westwood (Reprodução/Getty Images)
Mas não se engane, a moda dos piercings aplicados às roupas não surgiu agora. Desde os anos 1990, grandes nomes já exploravam esse acessório metálico em novas leituras. Em 1993, Vivienne Westwood transformou o safety pin (alfinete de segurança, também conhecido por aqui como alfinete de fralda) em símbolo de atitude e protesto.

Foto: Versace Safety Pin Dress, 1994 (Reprodução/Getty Images)
No ano seguinte, a Versace o elevou ao status de protagonista com seu vestido icônico de safety pin.

Foto: Mugler Nipple Ring Dress, 1998 (Reprodução/Mugler)
Em 1998, Mugler apresentou o icônico Nipple Ring Dress, em que os piercings nos mamilos da modelo se tornaram parte do look, reforçando o tom provocativo da moda.

Foto: Dior Hardcore Pierced Saddle Bag, 2004 (Reprodução/Divulgação)
Já em 2004, a Dior lançou a Saddle bag com detalhes hardcore que remetiam ao universo do piercing.

Foto: JW Anderson (Reprodução/Vogue Runway)
E quase 10 anos antes de Skims, Tory Burch e Rabanne, em 2016, JW Anderson trouxe essa estética para sua coleção de outono/inverno, dando continuidade a evolução da tendência ao longo das décadas.
mas afinal, por que o piercing migrou da pele para as roupas?
O piercing sempre foi símbolo de rebeldia, identidade e atitude, especialmente entre os jovens. Nas últimas décadas, deixou o underground e conquistou o mainstream, atravessando gerações e culturas. O que mudou não foi o interesse pelo acessório, mas a forma como ele aparece na moda.
Enquanto tatuagens e perfurações corporais exigem permanência e podem trazer desconfortos ou riscos de saúde, o piercing aplicado às roupas garante impacto estético sem dor, cicatrizes ou infecções. Essa adaptação acompanha a mentalidade da Geração Z, que valoriza bem-estar e autocuidado, mas não abre mão de um visual cool.

Foto: Prada (Reprodução/Instagram)
A velocidade das microtendências nas redes sociais também pesa nessa equação: investir em algo definitivo pode ser arriscado diante da efemeridade da moda. Já os detalhes metálicos em roupas, bolsas e sapatos permitem experimentar estilos variados, ajustando o look ao momento sem compromissos de longo prazo.
Isso não significa que as perfurações estejam em baixa. Pelo contrário, dados da Cognitive Market Research mostram que o mercado de joias para piercings segue em expansão na América do Sul, com faturamento de US$ 2,39 bilhões em 2023 e previsão de crescimento até 2033. No Brasil, o interesse pelo acessório continua forte, agora com novas leituras, seja para quem encara a perfuração ou para quem prefere apenas brincar com a estética, que ainda traz humor e ironia.

Foto: T-shirt piercing (Reproução/Mugler)
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Fonte: Steal the Look