O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que as provas levantadas pela Polícia Federal (PF) não deixam dúvidas de que o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) forneceu suporte para as pessoas que estavam acampadas em frente ao quartel-general do Exército em Brasília e em outras partes do país.
Para ele, “a organização criminosa tinha pleno controle sobre as manifestações antidemocráticas espalhadas pelo país”.
O PGR apontou como interlocutores dos manifestantes o general Mário Fernandes, que era número da Secretaria-Geral da Presidência, e o tenente-coronel Mauro Cid, na época ajudante de ordens de Bolsonaro.
De acordo com Gonet, as investigações deixaram claro também que os movimentos dos apoiadores do ex-presidente “não eram espontâneos, mas fruto de prévia orientação da organização criminosa”.
Segundo a denúncia, em sua delação premiada, Mauro Cid afirmou que Bolsonaro “deliberadamente estimulava a expectativa da população, a fim de provocar uma ação que justificasse a intervenção das Forças Armadas”.
Gonet apontou ainda que o ex-ajudante de ordens atuou também na interlocução entre o governo os financiadores das manifestações antidemocráticas. Nas conversas, a expressão “churrasco” era o codinome utilizado para golpe de Estado.
Ao todo, a PGR denunciou 34 pessoas por envolvimento na tentativa de golpe na terça-feira.
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Fonte: Valor