Esperanças de IPO da De Beers diminuem à medida que empresa luta diante da queda na demanda por diamantes extraídos

A De Beers pode até ter lançado uma forte nova campanha de marketing este mês, mas o negócio de diamantes não está a todo vapor, com seu coproprietário Anglo American tendo reduzido seu valor devido à queda na receita.

As esperanças de que o negócio — que também é copropriedade do governo de Botsuana — seria listado na Bolsa de Valores de Londres também estão desaparecendo depois que a Anglo American (que é listada em Londres e é membro do índice de elite FTSE 100) cortou o valor de seu negócio D Beers.

Ela reduziu seu valor declarado de £ 5,5 bilhões para £ 3,2 bilhões, a segunda baixa contábil em dois anos. O CEO Duncan Wanblad também disse em uma entrevista à Bloomberg que uma venda da De Beers era agora mais provável do que uma listagem no mercado de ações. Isso ocorre porque a Anglo-American está se concentrando em seus negócios de cobre e minério de ferro.

Mas não está claro quão grande será o interesse na De Beers, dada a queda na popularidade dos diamantes extraídos e a queda nos gastos do consumidor chinês. Isso também se reflete na nova orientação de produção de diamantes brutos da Anglo American para o ano, que passou de 33 milhões de quilates para  20-23 milhões de quilates.

Referente aos resultados de 2024, a Anglo-American disse que a produção da De Beers foi menor, “refletindo uma resposta proativa a um período prolongado de menor demanda e níveis de estoque mais altos do que o normal no midstream“.

O EBITDA subjacente da De Beers oscilou de um lucro de US$ 72 milhões em 2023 (a empresa controladora reporta em dólares americanos) para um prejuízo de US$ 25 milhões. A receita da De Beers caiu 23% ano a ano para US$ 3,29 bilhões, principalmente devido a uma queda de 25% nas vendas de diamantes brutos, para US$ 2,7 bilhões em 2024, abaixo dos US$ 3,6 bilhões de 2023. As vendas de volume de diamantes brutos caíram 28%.

Conforme mencionado, o aumento dos diamantes cultivados em laboratório coincidiu com a queda na demanda da China, que já chegou a ser o segundo maior mercado global de joias de diamantes. A De Beers disse que o mercado de joias de diamante caiu entre 3% e 4% em 2024. E mesmo no maior mercado de joias de diamante do mundo – os EUA – a demanda caiu 2%, embora a empresa também tenha dito que o impacto do cultivo em laboratório no mercado pode ter atingido seu pico.