Esta técnica pode testar qualidade de cimento em cinco minutos

Método criado por cientistas dos EUA traz melhoria significativa em relação ao padrão atual, que leva sete ou mais dias para ser concluído

Chão sendo coberto por cimento, que está sendo derrubado a partir de um caminhão específico
Modelo está no processo de receber patente (Imagem: Niko_Cingaryuk/iStock)

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Cientistas criaram método que pode transformar o setor de construção civil. A nova técnica é capaz de avaliar a qualidade e desempenho do cimento em menos de cinco minutos — melhoria significativa em relação ao padrão atual, que leva sete ou mais dias para ser concluído.

Criado por equipe da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign (EUA), o método pode alavancar o uso de recursos de próxima geração chamados materiais cimentícios suplementares, os chamados SCMs, na sigla em inglês. Na prática, o teste acelera a verificação do cimento antes de o produto deixar a fábrica.

O processo de análise de baixo custo é chamado colorimetria e usa tecnologia de câmera para o controle em tempo real de argilas calcinadas em ambientes industriais. Essas argilas são consideradas SCMs por conter alumínio e silício quimicamente reativos quando aquecidos a 600 °C a 900 °C.

Equipe responsável por desenvolver nova técnica de avaliação de cimento (Imagem: Divulgação)

“Nossa técnica introduz um analisador que pode ser usado na linha de produção a cada cinco minutos, permitindo que os trabalhadores coletem pequena amostra de sua correia transportadora e determinem rapidamente se a qualidade é consistente”, explicou o professor de engenharia civil e ambiental Nishant Garg ao TechXplore.

O tratamento térmico garante a reação química para o fortalecimento de longo prazo em argamassa e concreto. A partir daí, é possível medir o nível de reatividade causado pelo alumínio e o silício em argilas calcinadas. Assim, os pesquisadores podem usar isso para prever a resistência e a qualidade final do produto.

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Planos da equipe para nova técnica de análise de cimento

  • Por enquanto, o método funciona apenas para argilas calcinadas, mas o objetivo é estender as pesquisas para pozolanas naturais (cinzas recuperadas), além de cinzas volantes de carvão e escórias de alto-forno;
  • “Este estudo é empolgante para nossa equipe aqui em Illinois e para a indústria de cimento e concreto em geral, devido à oportunidade que apresentará para reduzir o tempo de teste durante a triagem de novos materiais e garantir qualidade consistente durante a produção a baixo custo”, disse Garg;
  • O estudo foi financiado parcialmente pelo Departamento de Energia dos EUA e pela National Science Foundation;
  • Os pesquisadores também já entraram com pedido de patente da tecnologia.
Técnica funciona apenas para reações com argilas calcinadas (Imagem: Denis Torkhov/iStock)

“Apelamos aos produtores industriais para que compartilhem amostras e nos ajudem a verificar se nosso teste ultrarrápido pode ser aprimorado e estendido a esses sistemas, de modo que possamos prever o desempenho de qualquer material em poucos minutos”, disse Garg. “Também apelamos aos fabricantes de equipamentos originais para nos ajudar a automatizar o teste em dispositivo comercial.”


Bruna Barone

Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero

Rodrigo Mozelli

Redator(a)

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.


Fonte: Olhar Digital

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