Exportações brasileiras de calçados crescem 7,1% até setembro, impulsionadas pela América Latina

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13 de outubro de 2025

As exportações brasileiras de calçados somaram 76,7 milhões de pares entre janeiro e setembro deste ano, gerando receita de 736,4 milhões de dólares, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). O resultado representa aumento de 7,1% em volume e estabilidade em valor na comparação com o mesmo período de 2024. Apenas em setembro, foram embarcados 9,2 milhões de pares, que renderam 85,3 milhões de dólares — crescimentos de 18,4% e 4,8%, respectivamente, em relação ao mesmo mês do ano anterior.

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De acordo com o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, o desempenho mensal foi sustentado pelo avanço das vendas para mercados latino-americanos, especialmente no segmento de calçados de material sintético, o que compensou parcialmente a queda nas exportações para os Estados Unidos. “Estaríamos registrando resultados ainda melhores sem os impactos da retração no mercado estadunidense. Os calçados de couro, produzidos sob encomenda e com a marca do cliente local, encontram maior dificuldade em buscar mercados alternativos no curto prazo”, explicou.

Em setembro, a Argentina superou os Estados Unidos e se tornou o principal destino dos calçados brasileiros, apesar da redução nas compras. Os argentinos importaram 1,6 milhão de pares, movimentando 19,27 milhões de dólares — quedas de 25,9% em volume e 24,8% em receita. No acumulado do ano, contudo, os Estados Unidos seguem como principal mercado, com 8,26 milhões de pares e 171,87 milhões de dólares, crescimentos de 7,4% e 4,1%, respectivamente. O Paraguai aparece em terceiro lugar, com destaque para as altas expressivas de setembro: 1 milhão de pares exportados, aumento de 109% em volume e 49,4% em receita.

Entre os estados exportadores, o Rio Grande do Sul lidera o setor, com embarques de 3,28 milhões de pares em setembro, que geraram 44,6 milhões de dólares — altas de 13% e 5,1%, respectivamente. O Ceará mantém a vice-liderança, com 2,87 milhões de pares exportados e receita de 14,57 milhões de dólares, crescimento de 53% e 33,8% em relação ao mesmo mês de 2024. São Paulo, por sua vez, encerrou o ranking com 518,42 mil pares embarcados, somando 8,13 milhões de dólares, o que representou leve retração em volume (-10,5%) e receita (-7,9%).

Do lado das importações, o Brasil adquiriu 33,53 milhões de pares no acumulado do ano, ao custo de 437,77 milhões de dólares — aumentos de 24,3% tanto em volume quanto em valor. Vietnã, China e Indonésia seguem como principais origens. Em setembro, a China chamou atenção ao elevar em quase 70% o envio de calçados ao país. Segundo Ferreira, o movimento decorre da tarifa de 30% imposta pelos Estados Unidos aos produtos chineses, o que leva os fabricantes a redirecionarem sua produção para mercados alternativos, como o brasileiro.

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Fonte: Fashion Network

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