Resumo
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O feed Discover do Meta AI exibe pedidos pessoais dos usuários, incluindo temas como luto e problemas financeiros.
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O compartilhamento é opcional, mas alguns usuários podem não perceber que suas conversas são publicadas.
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A plataforma foi lançada em abril de 2025 e inicialmente compartilhava imagens geradas pela IA.
O feed Discover do aplicativo da Meta AI tem exposto pedidos pessoais feitos pelos usuários à inteligência artificial. Entre as conversas, estão temas como guarda de crianças, dificuldades financeiras e luto. O compartilhamento é opcional, mas as informações sugerem que algumas dessas pessoas podem não estar cientes de que suas interações foram publicadas.
A Meta AI conta com esta seção no app desde seu lançamento, no fim de abril de 2025. No Brasil, o aplicativo ainda não está disponível, mas é possível acessar o site dedicado ao assistente, que também tem o feed.
Inicialmente, praticamente todos os “posts” eram imagens geradas pela IA com os prompts usados para criá-las. Algumas são ilustrativas e divertidas, mas há muito conteúdo erótico e sensual, por exemplo, o que pode incomodar algumas pessoas.
O Business Insider nota que, recentemente, a plataforma passou a exibir no Discover conversas feitas com o chatbot. Os temas são variados, com alguns bastante delicados; em alguns casos, surgem informações pessoais. Além disso, a Meta AI pode exibir perfis de Facebook e Instagram vinculados àquele usuário.
Entre os exemplos listados pela reportagem, há alguns bastante inofensivos, como ajuda para enviar um poema de aniversário para a esposa de 81 anos ou um pedido de oração para começar o dia.
O Business Insider relata outros exemplos mais tristes, como um usuário conversando com a IA como se ela fosse sua falecida esposa; uma mulher pedindo ajuda para escrever uma carta ao clube, após ser suspensa por brigar com outro participante; outra relatando dificuldades financeiras após um desentendimento com a filha.
Mais sites investigaram o assunto e viram situações parecidas. A Wired relata um usuário de 66 anos que queria saber em que países as mulheres gostam de homens mais velhos; uma mulher perguntando qual seria a responsabilidade legal da irmã em um caso de fraude fiscal; e uma pessoa pedindo recomendações para seus problemas intestinais.
Especialistas também se debruçaram sobre o assunto. Calli Schroeder, do Centro de Informações sobre Privacidade Eletrônica, disse à Wired ter visto informações médicas, de saúde mental, endereços residenciais e processos judiciais.
No X, a especialista em segurança Rachel Tobac mencionou ter encontrado prompts com crimes cometidos, interesses em relacionamentos extraconjugais, fotos de crianças, planos futuros de viagens particulares e outras questões privadas.
As pessoas sabem que estão compartilhando suas conversas?
Em resposta à Business Insider, um porta-voz da Meta disse que as informações só são compartilhadas ao tocar em um botão para compartilhar a conversa, que exibe uma prévia e pede uma confirmação para publicar.
A empresa destacou isso logo no anúncio. “O app da Meta AI inclui um feed Discover, um lugar para compartilhar e explorar como outras pessoas estão usando a IA”, diz o comunicado. “Você pode ver os melhores prompts que as pessoas estão compartilhando, ou remixá-los para criar o seu próprio.”
Dado o conteúdo, porém, parece que muita gente está fazendo isso de modo não intencional.
A repórter Katie Notopoulos procurou mais de 20 pessoas cujas conversas com a Meta AI apareceram no feed Discover. Apenas uma respondeu, e disse que não tinha a intenção de postar suas mensagens (ele pediu conselhos para consertar o carro).
Outro indício disso vem dos áudios que aparecem no feed. A jornalista relata que dois deles eram pessoas conversando, o que sugere que o botão de gravar voz foi tocado acidentalmente.
“Se as expectativas sobre como uma ferramenta funciona não coincidem com a realidade, você tem um problema enorme de experiência do usuário e de segurança”, escreveu Tobac em sua conta no X. “Humanos criaram uma forma de usar a IA e não imaginam que seus pedidos vão acabar em um feed Discover, parecido com os de redes sociais. As outras ferramentas não funcionam assim.”
Com informações da Business Insider, da Wired e do TechCrunch
Fonte: Tecnoblog
