Publicado em
22 de setembro de 2025
O relatório anual da Textile Exchange mostra que, em 2024, a produção mundial de fibras mantém a trajetória de crescimento, com as fibras sintéticas a ampliar gradualmente a distância face aos materiais naturais, enquanto as fibras celulósicas (obtidas a partir de pasta de madeira) se mantêm estáveis. A quota de fibras recicladas também não avança, com exceção do mercado da lã.

Em 2024, o volume de fibras produzidas a nível mundial aumentou 6,5%, para 132 milhões de toneladas. As fibras sintéticas representaram 69% deste total, mais 9 pontos do que em 2020, com o poliéster a representar sozinho 59%.
O poliéster prolonga a sua progressão, depois dos 57% já alcançados em 2023, e atingiu 78 milhões de toneladas produzidas em 2024. A produção de poliéster reciclado aumentou de 8,9 para 9,3 milhões de toneladas. A poliamida (nylon), a segunda fibra sintética mais produzida, representa apenas 5% da produção mundial de fibras.
Enquanto em 2023 o algodão representava 20% das fibras produzidas, em 2024 desceu para 19%, com 24,1 milhões de toneladas de algodão virgem. A Textile Exchange assinala, no entanto, que 34% do algodão produzido já beneficia de certificação de sustentabilidade, face a 28% um ano antes. A quota de algodão reciclado se mantém estável em 1%, com 300 mil toneladas.

As restantes fibras de origem vegetal somam 6,9 milhões de toneladas. É um mercado dominado pela juta (54%), à frente das fibras de algodão (26%), do linho (5%) e do cânhamo (5%). Estas duas fibras do líber representam, assim, 0,3% e 0,2%, respectivamente, da produção mundial de fibras.
A terceira grande família de fibras, as celulósicas (resultantes da transformação química de elementos vegetais), mantém a sua quota de mercado, com a viscose, o acetato, o liocel, o modal e o cupro a representarem 6% da produção mundial de fibras, num total de 8,4 milhões de toneladas (+6,4%). Neste segmento, contudo, a quota das celulósicas recicladas reforçou-se em um ano, passando de 0,7% para 1,1%, ou seja, 90 mil toneladas.
Quase 70% da produção deste segmento decorre atualmente sob a égide dos programas de proteção florestal FSC (Forest Stewardship Council) e PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification).
As fibras de origem animal continuam a representar apenas 1% da produção mundial de fibras, dos quais 0,9% correspondem à lã, com 1,98 milhões de toneladas de lã virgem. Neste mercado, a quota de lã reciclada aumentou de 6% para 7%, atingindo 83 mil toneladas. Mantêm-se inalteradas as quotas de mercado da caxemira (0,02%), do mohair (0,004%) e da alpaca (0,005%) na produção mundial de fibras.

Ainda no âmbito da produção animal, a produção mundial de pelos aumentou de 626 para 659 mil toneladas, sendo quase 90% proveniente de patos. A penugem reciclada representa apenas 1% deste mercado.
A Textile Exchange não esquece o couro, embora não se trate de uma fibra. No ano passado, foram produzidas cerca de 13,8 milhões de toneladas, obtidas a partir de cerca de 1,6 milhões de animais. A produção mundial era composta, no último ano, de 9,4 milhões de toneladas de peles de ovelha e de 2,2 milhões de toneladas de peles de carneiro. A estes números se somam 11,5 milhões de toneladas de peles de cabra e 800 mil toneladas de peles de búfalo.

Continuando fora do universo das fibras, o relatório estima a produção mundial de borracha em 2024 em 15 milhões de toneladas. A proporção da produção realizada ao abrigo dos programas de proteção florestal FSC e PEFC aumentou, num ano, de 2,9% para 3,2%.
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Fonte: Fashion Network