“O contrário de ser pobre é ter uma vida digna”. O autor da frase e Eduardo Lyra, fundador e presidente da ONG Gerando Falcões, cujo mais novo projeto é levar dignidade para mais 1 milhão de pessoas que vivem em favelas e periferias do Brasil na próxima década.
Com aporte inicial de R$ 100 milhões da Fundação Lemann, a ONG lança nesta segunda-feira (17) o Fundo Dignidade. Até 2026, o fundo quer arrecadar R$ 250 milhões.
Perto de completar 15 anos, a Gerando Falcões quer tornar longevas e perenes suas “tecnologias sociais”, as iniciativas de superação da pobreza desenvolvidas pela ONG. Até o momento, a entidade já beneficiou mais de 5,5 mil favelas e mais de 780 mil pessoas pelo país.
“A filantropia no Brasil é um grande desafio. Temos ciclos onde existem mais doações, especialmente em grandes tragédias, e depois elas se encolhem significativamente. O país age muito nos temas emergenciais e pouco nos de longo prazo. O fundo é uma visão de longo prazo”, diz Lyra.
O projeto Favela 3D – Digital, Desenvolvida e Digna –, de melhoria da infraestrutura das habitações, cujo aposta mais avançada é a Favela Marte, em São José do Rio Preto (SP), é uma das iniciativas da ONG que serão ampliadas com os recursos previstos no fundo.
“Desarmei a bomba relógio da pobreza que estava pendurada no meu pescoço, e estou desarmando, com meu time, muitas outras na favela. Esse é o convite e a entrega que a gente tem”, diz Lyra.
Lyra afirma que novos doadores já se comprometerem com mais R$ 25 milhões. “Já estamos na metade da meta. Agora eu tenho que captar outros R$ 125 milhões”, disse.
Fonte: Valor