Giovanna Antonelli: "Beleza tem muito a ver com energia, atitude e bem-estar"


Destaque em “Beleza Fatal”, atriz fala à Glamour sobre pressão estética, longevidade e novos projetos Após interpretar papéis marcantes como a Jade de “O Clone”, Capitu de “Laços de Família”, Helô de “Salve Jorge”, entre tantos outros, em 23 anos de rede Globo, Giovanna Antonelli estreou com o pé direito no streaming. Destaque da novela “Beleza Fatal”, da Max, onde interpreta a divertida Elvira, Giovanna celebra o sucesso da trama, que se despede do público nesta sexta-feira (21.03). “Como atriz, é muito bom poder contar histórias que viajam tão longe e chegam a públicos tão diferentes”, diz, em entrevista exclusiva à Glamour.
Giovanna acredita que o audiovisual está mais dinâmico e democrático, até mesmo para mulheres 40+. “Durante muito tempo, protagonistas femininas eram quase sempre jovens. E isso está mudando, porque o público quer ver histórias de mulheres com camadas, força e protagonismo real. O mercado está mais aberto, especialmente com o streaming, que trouxe diversidade para as narrativas e oportunidades”, afirma.
Com 49 anos recém completados no dia 18 de março, a atriz também reflete sobre a pressão estética que as mulheres enfrentam para se manterem sempre jovens. “Essa ideia de juventude é muito presente, apesar de lutarmos pra desconstruí-la. O tempo traz uma força e uma confiança que nenhuma intervenção estética substitui. Eu escolho não me prender a essa pressão. Cuido de mim, adoro me sentir bem, sem essa neura de parecer quem eu não sou. Estar em paz com cada fase, isso sim, é atemporal.”

A trama, escrita por Raphael Montes, debate um tema bastante atual: cirurgias plásticas e procedimentos estéticos. Para Giovanna, a busca pela estética sempre existiu, mas hoje, há uma urgência maior, principalmente, impulsionada pelas redes sociais, filtros e busca de padrões. “O problema não está nos procedimentos em si, mas na motivação por trás deles. O importante é fazer escolhas conscientes, sem se perder na necessidade de atender a um ideal que nem sempre é real”, pondera.
Com mais de 30 anos de carreira, Giovanna reconhece que trabalhar com a imagem impõe uma pressão maior, mas ao longo do tempo aprendeu a encontrar o equilíbrio. “Sempre tive uma relação leve com a minha aparência, porque acredito que beleza tem muito a ver com energia, atitude e bem-estar. Faço procedimentos e faz parte do processo de autoconhecimento, de testar e ajustar o que faz sentido para cada fase da vida. O mais importante é escolher o que me faz bem, sem seguir modismos ou expectativas externas.”
Acompanhe a entrevista completa!
Como foi dar vida à Elvira? O que mais te desafiou nesse papel?
Um presente! Uma personagem intensa, cheia de nuances, que transitava entre o cômico e o dramático com uma naturalidade deliciosa. Exigia muita energia e um timing preciso, além de entrega física absurda. Foi desafiador equilibrar a dualidade dela: ao mesmo tempo que era divertida e exagerada, também tinha momentos emocionantes. E, claro, administrar a respiração enquanto interpretava de ponta-cabeça (risos).
Giovanna Antonelli
Vinícius Mochizuki
A Elvira, apesar de golpista, tem realmente uma vibe mística. Você também é assim?
Elvira é golpista, mas com aquela fé inabalável no próprio poder —divertidíssima de interpretar! Eu acredito muito em energia, pensamento positivo e na força da intenção. Curto rituais simples, como rezar, agradecer, mentalizar coisas boas e cuidar do ambiente ao meu redor. Mantras, sempre! Tudo que nos conecta com o melhor e alto astral da vida vale a pena.
Beleza Fatal é um grande sucesso e reforça o crescimento do streaming. Como você enxerga essa expansão da indústria audiovisual?
O streaming mudou tudo e, com ele, trouxe mais oportunidades, mais diversidade de histórias e um alcance global antes impensável. Hoje, uma novela ou série pode estrear no Brasil e, no dia seguinte, estar sendo assistida do outro lado do mundo. Isso é incrível! Como atriz, é muito bom poder contar histórias que viajam tão longe e chegam a públicos tão diferentes. O audiovisual está mais dinâmico, mais democrático e cheio de possibilidades.
Giovanna Antonelli
Vinícius Mochizuki
A novela traz à tona um tema bastante atual: cirurgias plásticas e procedimentos estéticos. Qual a relevância de discutir esse assunto?
Discutir o tema é essencial nessa era de padrões estéticos cada vez mais intensos e acessíveis. A novela traz essa reflexão de forma inteligente, questionando os excessos e a pressão social. A busca pela estética sempre existiu, hoje há uma urgência maior, impulsionada pelas redes, filtros e busca de padrões. O problema não está nos procedimentos em si, mas na motivação por trás deles. O importante é fazer escolhas conscientes, sem se perder na necessidade de atender a um ideal que nem sempre é real.
Você alguma vez já sentiu essa “pressão estética” ao longo de mais de 30 anos de carreira?
Trabalhar com imagem, coloca a gente num lugar de exposição, onde a pressão estética é real. Ao longo dos anos, aprendi a equilibrar. Sempre tive uma relação leve com a minha aparência, porque acredito que beleza tem muito a ver com energia, atitude e bem-estar. Faço procedimentos e faz parte do processo de autoconhecimento, de testar e ajustar o que faz sentido para cada fase da vida. O mais importante é escolher o que me faz bem, sem seguir modismos ou expectativas externas.
Giovanna Antonelli
Vinícius Mochizuki
Você acha que a sociedade impõe a ideia de que as mulheres devem parecer eternamente jovens?
Sim. Essa ideia de juventude é muito presente, apesar de lutarmos pra desconstruí-la. O tempo traz uma força e uma confiança que nenhuma intervenção estética substitui. Eu escolho não me prender a essa pressão. Cuido de mim, adoro me sentir bem, sem essa neura de parecer quem eu não sou. Estar em paz com cada fase, isso sim, é atemporal.
Na TV aberta, por exemplo, faltam protagonistas 40+? Como vê o mercado atualmente?
Estamos avançando. Durante muito tempo, protagonistas femininas eram quase sempre jovens. E isso está mudando, porque o público quer ver histórias de mulheres com camadas, força e protagonismo real. O mercado está mais aberto, especialmente com o streaming, que trouxe diversidade para as narrativas e oportunidades. Ainda tem um caminho a percorrer, mas a demanda existe – e personagens bem construídas, independentemente da idade, sempre conquistam o público.
E como você enxerga a passagem do tempo, a chegada dos 50?
Ainda falta um aninho, mas chegar aos 50 é um upgrade. A experiência cresce, a pressa diminui e a gente aprende a dar o tamanho certo para cada coisa. Não é um obstáculo, é um processo natural, que, quando bem vivido, só traz leveza e boas histórias.
Giovanna Antonelli
Vinícius Mochizuki
As redes sociais são poderosas ferramentas de influência, especialmente no universo da beleza. Como você busca transformar seu espaço digital e quais valores considera essenciais?
Uso minhas redes sociais como a maior ferramenta de trabalho que temos hoje — 100% focada em criar conteúdos relevantes que impactam, inspiram e transformam. Tudo o que compartilho tem propósito e comprometimento, desde humor até empreendedorismo e mudança de mentalidade. Acredito na força da autenticidade, na liberdade de escolha e no poder de transformar a própria história. Redes sociais são ferramentas poderosas, e meu foco é usá-las para incentivar autonomia, protagonismo e novas possibilidades, mostrando que qualquer pessoa pode fazer o mesmo e usar esse espaço para crescer e construir seu próprio caminho.
Aliás, você compartilha diversos vídeos, alguns bem-humorados, outros reflexivos, abordando temas como feminismo, amizade e ansiedade. As redes sociais se tornaram para você uma forma de expressão e conexão com outras pessoas?
As redes sociais não são só um espaço de expressão, mas também um termômetro do que a audiência quer ver. É uma via de mão dupla: eu compartilho o que acredito e, ao mesmo tempo, observo o que engaja, o que toca as pessoas. Essa conexão é o que constrói a relevância da rede, e a troca constante acaba moldando naturalmente temas e formatos. Até porque, a rede social não é sobre mim, é sobre o outro. Essa é a minha visão.
Por outro lado, você impõe limites quando se trata das redes sociais? Busca manter sua vida pessoal mais privada?
Eu compartilho, mas quem transforma isso em impacto são as pessoas que se conectam. Filtro o que faz sentido nessa troca. Crítica e elogio, pra mim, ocupam o mesmo espaço hoje em dia. Nem um, nem outro pode definir quem eu sou ou desviar meu foco. Minha vida pessoal? Essa jamais entra no jogo. Privacidade, pra mim, é um limite inegociável. O que compartilho é escolha, é propósito. O resto fica onde deve ficar.
Giovanna Antonelli
Vinícius Mochizuki
Em alguns dos vídeos, você interage com o seu ex-marido Murilo Benício. Como é a relação de vocês hoje? (O público ama a sintonia de vocês)
Nossa relação é leve, de respeito e parceria. Nada é planejado, tudo acontece de forma natural. O público sente essa sintonia porque é real. No fim, o que faz tudo funcionar é maturidade, bom humor e o carinho pelo que construímos.
Depois da novela, quais são os próximos projetos?
Meu projeto este ano, além de tocar minhas empresas, é continuar rodando o Brasil levando o meu talk, e alcançar o maior número de mulheres empreendedoras possível. E esse ano ainda tem a estreia do filme Rio de Sangue, não tenho a data, mas estou louca pra que aconteça em breve. Novela, por enquanto, não vai acontecer.
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Fonte: Glamour

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