A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, adotou tom ameno ao ser questionada sobre a federação anunciada por União Brasil e Progressistas (PP) nesta semana. O bloco reuniu duas das maiores siglas do Centrão e deverá se consolidar como a maior força política do país. Apesar do movimento promissor, Gleisi evitou demonstrar preocupação com um possível desembarque de integrantes da legenda da base aliada.
Na avaliação dela, a federação tem mais problemas internos do que em relação ao governo petista. Ainda assim, a ministra disse que o governo Luiz Inácio Lula da Silva buscará conquistar os votos do novo grupo político.
“Queremos continuar contando com a base parlamentar deles no Congresso, que temos contado até agora. Isso para nós é muito importante. Em relação às contradições, eles quem têm que se explicar. Acho que tem muito mais problemas entre eles do que deles conosco. Vamos esperar para ver o que acontece, para ver se eles vão se comportar direitinho”, disse a ministra durante entrevista para a GloboNews.
O lançamento da federação, que ainda precisa ser aprovada em votações internas dos partidos, ocorreu nessa terça-feira (29). Se formalizada, a União Progressista deve se tornar a maior bancada da Câmara, com 109 integrantes, somando-se os 60 representantes do União com os 49 do PP. Também vai superar o PL, que tem 90 integrantes, e a federação PT-PCdoB-PV, com 80. No Senado, a federação terá o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, e 14 senadores, impondo-se como uma das três maiores. Além de seis governadores, há filiados no comando de quatro ministérios: Desenvolvimento e Integração Regional, Comunicações, Turismo e Esporte.
Apesar do nome que evoca unidade, a federação nasce ainda permeada por rusgas internas. Vice-presidente do União, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, disse que “cada partido terá de fazer enormes sacrifícios” para viabilizar a formação do maior agrupamento político do país. “Estamos abrindo mão de interesses individuais e locais”, lembrou.
Uma das arestas envolve o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), que cobra justamente o desembarque do bloco do governo Lula. Ele esbarra nos interesses do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que se consolidou como um dos mais influentes interlocutores do presidente Lula, sendo padrinho de dois ministros: Waldez Góes, do Desenvolvimento e Integração Regional, e Frederico Siqueira, de Comunicações.
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Fonte: Valor