O governo federal, por meio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), lançou nesta terça-feira (29) o festival internacional para reunir iniciativas de inovação e sustentabilidade desenvolvidas para a indústria brasileira. O evento, programado de 7 a 11 de outubro, em Brasília, foi batizado de “Festival Curicaca”.
“A gente costuma ver no Brasil eventos setoriais para inovação e pensamos ‘por que não juntar as iniciativas de todos estes eventos num só?’. Foi aí que surgiu a ideia de fazer um festival para debater inovação e firmar a política industrial do país”, disse Ricardo Cappelli, presidente da ABDI, agência vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
No evento de lançamento, Cappelli contou que o festival oferecerá a oportunidade de discutir avanços e perspectivas da Nova Indústria Brasil (NIB). O programa tem a previsão de investimento de R$ 3,4 trilhões — a maior parte da iniciativa privada. O evento deve ainda oferecer experiências de imersão, com recursos de realidade aumentada, por exemplo, e a exibição de projetos, como o “carros voadores” da Embraer, os eVTOLs.
A expectativa da ABDI é reunir no evento cerca de 100 mil pessoas na capital federal ao longo dos cinco dias de programação. O Festival Curicaca — em referência à ave típica do Cerrado brasileiro, que anuncia mudanças no tempo — será realizado no estádio Arena BRB (antigo Mané Garrincha) e, de forma descentralizada, em outros pontos do Distrito Federal. O modelo é inspirado no “South by Southwest” (SXSW), realizado em Austin, no Texas (EUA).
O presidente da ABDI informou ainda que o evento conta com R$ 19 milhões do orçamento da agência, mas o plano é reduzir ao máximo os valores aportados contando com o apoio de outros órgãos e empresas parceiras. Entre as instituições anunciadas como parceiras estão a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Sebrae, a Finep e o Grupo Globo.
Na sede da ABDI, Rosilda Prates, presidente da Associação de Empresas de Desenvolvimento Tecnológico Nacional e Inovação (P&D Brasil), defendeu a importância de “dar palco” às ações de inovação da indústria nacional. “Soberania tecnológica é absolutamente importante para não sermos apenas seguidores de tecnologia, mas sim desenvolvedores de tecnologia também. Então, é muito importante que a gente valorize as iniciativas locais”, disse ela.
No mesmo sentido, a ministra do da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, defendeu o desenvolvimento tecnológico e a inovação como estratégicos para o posicionamento do país no cenário internacional. “A nação que não entender a importância do domínio tecnológico vai ficar para trás. Aliás, essa grande confusão que a gente vive na geopolítica mundial, no mundo com tantas crises, um de seus pilares é justamente a disputa pelo domínio tecnológico”, afirmou.
Fonte: Valor