Por
Reuters
Publicado em
26 de setembro de 2025
A retalhista de moda H&M procura se expandir em mercados emergentes como o Brasil e a Índia, disse o seu CEO na quinta-feira, 25 de setembro, em uma altura em que a despesa dos consumidores diminui na Europa, o seu mercado principal, e as tarifas dos EUA pesam na procura no seu segundo maior mercado.

A entrada em novos territórios faz parte da estratégia do CEO Daniel Erver para revitalizar o desempenho e reforçar a rentabilidade de um dos maiores retalhistas de vestuário do mundo, reforçando o apelo da marca e respondendo mais rapidamente às tendências da moda.
A empresa trabalha para fazer face à concorrência da Zara, detida pela Inditex, e da Shein.
A H&M abriu a sua primeira loja no Brasil em agosto, em um centro comercial de luxo em São Paulo. Estão previstas mais duas até ao final de novembro e outras quatro para 2026 — incluindo no Rio de Janeiro.
“Em alguns desses mercados onde ainda não temos uma presença significativa… vemos uma maior oportunidade de crescimento, sendo o Brasil um, a América Latina em geral outro e a Índia outro”, apontou Erver à Reuters.
Erver confessou que está cauteloso quanto à procura dos consumidores nos EUA no quarto trimestre, uma vez que as tarifas dos EUA sobre as importações levaram alguns retalhistas a aumentar os preços, num contexto de queda da confiança dos consumidores.
A expansão no Brasil e em outros mercados emergentes surge em uma altura em que a H&M reduziu drasticamente a sua presença global, encerrando lojas rapidamente desde a pandemia.
O número de lojas globais da H&M caiu 19% face ao pico registado no final de 2019, para 4.118 em todo o mundo no final do mês passado — o nível mais baixo desde meados de 2016. No total, planeja encerrar 200 lojas durante 2025, principalmente em mercados maduros. A Inditex, proprietária da Zara, também reduziu o número de lojas, para 5.528 no final de julho.
Para além de entrar em novas regiões, a H&M abriu lojas emblemáticas em zonas turísticas e comerciais de primeira linha, incluindo Le Marais, em Paris, e a Huaihai Road, em Xangai, para atrair consumidores atentos ao estilo.
Daniel Schmidt, analista do Danske Bank, afirmou que é incerto com que rapidez a expansão no Brasil se traduzirá em uma melhoria do desempenho.
“Ainda não é claro até que ponto isso poderá afetar o crescimento das vendas no próximo ano”, declarou Schmidt. “Mas, claro, é encorajador que tenham sido bem recebidas até agora.”
A marca premium da H&M, Cos, que oferece artigos como vestidos de 149 dólares e camisolas de caxemira de 299 dólares, deverá ser lançada na Índia com uma loja em Deli durante o quarto trimestre, de acordo com Erver.
“Em muitos dos mercados emergentes, se vê que há grandes oportunidades para um posicionamento de luxo acessível, e a Índia é um mercado muito interessante para a Cos explorar”, prosseguiu Erver, acrescentando que planeja visitar a Índia nas próximas semanas.
A H&M também planeja uma expansão mais ampla na América Latina, com a entrada na Venezuela no quarto trimestre e no Paraguai no próximo ano, tendo estreado em El Salvador no início deste mês.
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Fonte: Fashion Network