Hotelaria, beleza, bem-estar: os novos campos de ação do luxo

Segundo um estudo da KPMG publicado na quinta-feira, 3 de julho, diante de uma clientela cada vez mais atraída pela experiência de luxo em vez dos produtos, os grandes grupos do setor estão voltando-se para o turismo.

“Residências de luxo, restaurantes ou cafés gourmet criados em parceria com chefs de topo, experiências turísticas exclusivas (cruzeiros, trens de luxo), etc. Através da promessa de momentos inesquecíveis, as grandes grifes estão expandindo o escopo da expressão da sua marca e fazendo da hospitalidade a derradeira experiência de luxo”, de acordo com o estudo.

Esta é a segunda edição deste estudo da KPMG, que inclui entrevistas com profissionais do luxo internacionais, complementadas por uma pesquisa quantitativa com 180 profissionais.

De acordo com o estudo, esta atração explica-se pelo bom estado do setor do turismo. O estudo cita, nomeadamente, os hotéis Belmond, Cheval Blanc, Bulgari e a participação da LVMH no grupo hoteleiro Les Domaines de Fontenille.

Paralelamente, os grupos posicionam-se também no mercado da cosmética de luxo, “uma evolução que permite às marcas desenvolver uma oferta acessível e chegar a uma clientela mais vasta”, tirando partido de um mercado dinâmico que poderá, segundo algumas estimativas, “duplicar até 2027, passando de 20 para 40 bilhões de dólares”.

Por fim, “na encruzilhada entre a beleza e a experiência”, o setor do bem-estar é também objeto de uma procura crescente: “Para além dos spas, que se tornaram uma parte essencial da oferta hoteleira de luxo, os clientes procuram agora retiros longos e personalizados, tratamentos específicos para a insônia, ou mesmo tratamentos de prevenção de doenças e de longevidade”, sublinha o estudo.

Para a KPMG, este é um sinal de que o luxo, “ao expandir cada vez mais o seu escopo, está agora investindo na promessa de ‘beleza interior’ e ‘vida melhor’, e procura afastar-se da imagem de luxo superficial e abraçar a de um luxo mais essencial”.

Paris, 3 Jul 2025 (AFP)