Resumo
- Fotos com IA são permitidas no iFood se representarem bem o prato.
- Restaurantes podem ser punidos se enganarem o consumidor.
- Imagens reais ainda geram mais engajamento e vendas.
A inteligência artificial generativa está em tudo — inclusive em cardápios de restaurantes no iFood. Na última semana, diversos flagras de imagens absolutamente sintéticas (e pouco apetitosas) ganharam as redes sociais. Para compreender melhor o assunto, o Tecnoblog conversou com a plataforma de delivery e com uma especialista em marketing digital.
Primeiro, é preciso entender que belas imagens são um importante chamariz para os pratos de qualquer cardápio. O iFood não é exceção. A empresa até oferece um curso online, ministrado por uma fotógrafa profissional, com orientações para produzir um belo cardápio.
No entanto, os consumidores têm esbarrado com imagens assim:
É permitido?
Do ponto de vista prático, o iFood permite, sim, que os restaurantes adotem a inteligência artificial nas imagens. A empresa explicou ao Tecnoblog que tais fotografias “somente podem ser utilizadas quando representarem de forma coerente o produto que será entregue”.
A plataforma, que responde por 80% do delivery de comida no Brasil, ressalta que este cuidado “é essencial para garantir a experiência do cliente”. Os restaurantes que descumprem as diretrizes podem sofrer punições, mas o iFood não informou quais.
Os consumidores são incentivados a comunicar diretamente pelo app do iFood caso percebam inconsistências na apresentação dos itens.
Por mais que seja permitido, a empresa dá a entender que a prática não é incentivada, segundo a resposta enviada ao Tecnoblog. Além disso, um representante da empresa disse que somente uma foto real passa a emoção daquele prato. O impacto é real: aumenta a taxa de cliques e de vendas (a conversão), segundo a declaração num vídeo oficial.
Fotos de dar água na boca
A especialista em marketing Fraviana Moraes já atende clientes que perceberam os efeitos nocivos da IA. De modo geral, os restaurantes percebem uma queda de interesse quando passam a usar imagens geradas por computador. Por mais que sejam gráficos bem feitos, ainda assim há rejeição do público.
Entram em cena as fotos autorais, feitas por fotógrafo especializado. Fraviana compartilhou o relato de uma hamburgueria que contratou os serviços dela e viu o faturamento aumentar mais de 60%. Um estabelecimento de hot dogs também está no processo de substituir as imagens sintéticas por fotos de verdade.
A agência dela, chamada Taghy, se especializou no marketing gastronômico e no real food, movimento que evita manipulações nas fotos para gerar mais desejo. Sabe aquilo de “imagens meramente ilustrativas”? Empresas deste segmento apostam no caminho oposto.
“Foto artificial não gera desejo”, resumiu uma dona de restaurante atendido por Fraviana.
iFood até libera IA em fotos de cardápios, mas recomenda cautela
Fonte: Tecnoblog
