IGP-DI sobe 1% em fevereiro e acumula alta de 8,78 % em 12 meses | Brasil

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou alta de 1% em fevereiro, após ter subido 0,11% em janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) nesta segunda-feira.

A variação ficou abaixo da mediana das estimativas de 12 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de 1,17%, com intervalo das projeções entre 0,96% e 1,22%.

Com esse resultado, o índice acumula alta de 8,78% em 12 meses, desempenho que ficou abaixo da mediana de 8,98% das estimativas colhidas pelo Valor Data. O intervalo das projeções ia de 8,75% a 9,03%. No primeiro bimestre, o índice registrou elevação de 1,11%.

Em fevereiro de 2024, o IGP-DI havia caído 0,41% e acumulava recuo de 4,04% em 12 meses.

“As principais influências nos preços ao produtor vieram de ovos e milho, ambos impactados em fevereiro pelo mesmo fator: demanda elevada e baixa disponibilidade. No caso do milho, somam-se desafios logísticos, o que tem pressionado os preços de forma temporária, com potencial de afetar outros produtos da cadeia alimentar, especialmente as proteínas animais. No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), o principal impacto veio do fim do bônus de Itaipu nas tarifas de energia elétrica em fevereiro, que respondeu por quase 50% da pressão sobre os preços ao consumidor. No INCC, o grupo Mão de Obra foi o principal fator para a desaceleração do índice”, destacou Matheus Dias, economista do FGV IBRE.

Com peso de 60%, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) registrou alta de 1,03% em fevereiro, depois de ter ficado praticamente estável em janeiro, com variação de 0,03%.

Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais saiu de 0,04% em janeiro para 0,79% um mês depois. O Índice de Bens Finais “ex”, que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, subiu 0,08% em fevereiro, seguindo aumento de 0,23% em janeiro.

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 1,22% em janeiro para 0,51% em fevereiro. O Índice de Bens Intermediários “ex”, calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 0,06% em fevereiro, após avanço de 1,33% em janeiro.

O estágio das Matérias-Primas Brutas aumentou 1,53% em fevereiro, depois de ter cedido 0,74% um mês antes.

Com peso de 30% no IGP-DI, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) subiu 1,18% em fevereiro, depois de apresentar variação de 0,02% em janeiro.

Das oito classes de despesa componentes, mudaram de rumo Habitação (-2,43% para 3,80%) e Educação, Leitura e Recreação (0,18% para -2,54%). Subiram mais entre janeiro e fevereiro Transportes (0,83% para 1,41%), Despesas Diversas (0,26% para 1,07%) e Comunicação (0,01% para 0,28%). Tiveram abrandamento no ritmo de alta Saúde e Cuidados Pessoais (0,66% para 0,38%), Alimentação (1,22% para 1,02%) e Vestuário (0,22% para 0,14%).

O núcleo do IPC-DI registrou taxa de 0,48% em fevereiro, mesma taxa apurada um mês antes. Dos 85 itens componentes do IPC, 38 foram excluídos do cálculo do núcleo. Desses, 24 apresentaram taxas abaixo de 0,14%, linha de corte inferior, e 14 registraram variações acima de 0,92%, linha de corte superior.

O Índice de Difusão, que mede a proporção de itens com alta de preços para o consumidor, ficou em 64,52%, 10,32 pontos percentuais (p.p.) abaixo do registrado em janeiro, quando o índice foi de 74,84%.

Por fim, com os 10% restantes do IGP-DI, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) subiu 0,40% em fevereiro, ante 0,83% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de janeiro para fevereiro: Materiais e Equipamentos (0,49% para 0,42%), Serviços (+0,76% para 0,42%) e Mão de Obra (1,27% para 0,37%).

O IGP-DI e seus componentes comparam preços coletados entre o dia 1º e o último do mês de referência com os do mesmo período do mês imediatamente anterior.

 — Foto:  Free-Photos/Pixabay
— Foto: Free-Photos/Pixabay

Fonte: Valor

Compartilhar esta notícia