Inditex bate recorde de vendas em 2024, com 38,63 bilhões de euros

O grupo Inditex voltou a bater recordes em 2024, pelo terceiro ano consecutivo, com vendas de 38,63 bilhões de euros, 7,5% a mais do que no ano anterior (10,5% a câmbio constante), e um lucro líquido de 5,87 bilhões de euros, + 9%, de acordo com os resultados apresentados na quarta-feira, 11 de março, pela empresa espanhola, que evidenciam a solidez do seu modelo em um contexto geopolítico e econômico complexo como o atravessado entre 1 de fevereiro de 2024 e 31 de janeiro de 2025, período que inclui o seu último ano fiscal.

Embora o grupo tenha alcançado os números de faturamento e de lucros mais elevados da sua história, ele moderou o seu crescimento, em linha com as previsões dos analistas: no final de 2023, o faturamento cresceu 10,4%, para 35,95 bilhões de euros, e o lucro +30,3%, para 5,38 bilhões de euros.
 
Óscar García Maceiras, CEO da empresa, afirmou: “Os excelentes números de vendas e lucro demonstram a solidez do crescimento rentável do grupo Inditex, baseado na qualidade da oferta comercial de todos os nossos formatos, na eficiência de todas as operações e na inovação constante com que as nossas equipas impulsionam um modelo de negócio que continua a demonstrar a sua ambição e força numa altura em que celebrarmos 50 anos da abertura da nossa primeira loja.” 

O conglomerado galego situou a sua margem bruta em 22,34 bilhões de euros, mais 7,6% do que no exercício anterior (mas abaixo do crescimento de 2023, que foi de 11,9%), e representou 57,8% das vendas, um valor em linha com 2023. “O controlo rigoroso das operações e a implementação de eficiências permitiram que o aumento das despesas operacionais se situasse em 6,5%, abaixo do crescimento das vendas”, afirma a empresa.

Por sua vez, o resultado operacional da Inditex, ou EBITDA, atingiu os 10,73 bilhões de euros, + 8,9%, e o EBIT situou-se em 7,55 bilhões de euros, +11%. O lucro antes de impostos aumentou 10,3%, para 7,58 bilhões de euros, detalhou a empresa.
 

Vendas por canais, marcas e mercados

 
Ao detalhar os seus resultados anuais, o grupo indicou ter aumentado as suas vendas em loja em 5,9% em 2024, refletindo o aumento do tráfego e a “crescente produtividade”. A empresa acrescentou: “O nosso foco contínuo na otimização e digitalização das lojas continua a ser fundamental.” O grupo registrou este aumento com +2% de área de varejo, mas -2,3% de lojas do que no ano anterior. A sua área bruta aumentou 5,8%.
 
As vendas online do grupo Inditex aumentaram 12% em termos homólogos em 2024, atingindo 10,16 bilhões de euros. “A vinculação dos clientes continua muito forte. Os apps ativas atingiram os 218 milhões. As visitas online no exercício 2024 cresceram 10%, para 8,1 bilhões. O grupo tem 257 milhões de seguidores nas redes sociais”, afirmou o conglomerado.

Por cadeia, a Zara (que apresenta os seus resultados em conjunto com a Zara Home) reportou 27,78 bilhões de euros em vendas líquidas (+ 6,6%). A segunda cadeia em termos de volume de negócios é a Bershka, que alcançou os 2,93 bilhões de euros (+11,8%), seguida pela Stradivarius (2,66 bilhões de euros, +14,1%), Pull&Bear (2,47 bilhões de euros, +4,6%), Massimo Dutti (1,96 bilhão de euros, +6,6%) e Oysho (831 milhões, +11,8%).
 
E quanto ao desempenho por mercados? As vendas do grupo (em loja e online) no mercado espanhol representaram 15,1% do total em 2024, o resto da Europa 50,6%, a América 18,6% e a Ásia e outros mercados 15,7%.
 

Da abertura de lojas até ao início de 2025

O parque de lojas da empresa continuou a crescer no último ano, com a abertura de lojas em 47 mercados. Assim, abriu as suas primeiras lojas no Uzbequistão e avançou na otimização da sua rede: ao longo do ano, realizou 257 aberturas e 254 renovações, incluindo 121 expansões de lojas e 386 absorções. No final do período, operava com 5563 espaços.
 
Em 2025, o grupo planeja abrir as suas primeiras lojas no Iraque. Além disso, a Bershka será lançada na Suécia, a Stradivarius fará o mesmo na Áustria e a Oysho aterrará nos Países Baixos e na Alemanha com as suas primeiras lojas.
 
Em relação ao início do exercício de 2025, a empresa matriz da Zara sustenta que as vendas nas lojas físicas e online a uma taxa de câmbio constante, ajustada pelo efeito calendário (sendo 2024 um ano bissexto), aumentaram 4% entre 1 de fevereiro e 10 de março de 2025, em comparação com o período homólogo de 2024.

Com base nestes resultados, o conselho de administração do grupo irá propor à assembleia geral de acionistas um aumento de dividendos de 9% para o exercício de 2025, para 1,68 euros por ação, consistindo num dividendo ordinário de 1,13 euros e num dividendo extraordinário de 0,55 euros por ação. Este será pago em duas prestações iguais de 0,84 euros por ação, nos dias 2 de maio e 3 de novembro de 2025.
 
Em termos de investimentos, a empresa prevê 1,8 bilhão de euros para 2025, visando principalmente a otimização do seu espaço comercial, a integração tecnológica e a melhoria das suas plataformas online. A Inditex continua a avançar com o seu plano de expansão logística para os exercícios de 2024 e 2025, com um investimento extraordinário de 900 milhões de euros por ano para aumentar a sua capacidade logística. Nesse sentido, espera que o seu novo centro de distribuição para a Zara em Saragoça comece a operar no próximo verão.