Isabel Marant formaliza transferência da direção criativa para Kim Bekker

Aposta interna para a direção criativa da Isabel Marant. No término do desfile da marca que exerce o típico chique parisiense, na última Semana da Moda na França, Kim Bekker, braço direito da fundadora desde 2021, saiu sozinha para cumprimentar o público pela primeira vez, confirmando aquilo que a imprensa especializada há muito antecipava.

De acordo com a Vogue Business, já na última temporada outono-inverno 2025/26 Isabel Marant havia confiado a Bekker a criação de toda a coleção, e foi a própria Marant a fazê-la avançar para receber os aplausos no final do desfile, saindo ao seu lado. A partir de agora, Isabel Marant trabalhará na empresa três dias por semana.

A marca francesa de vestuário feminino e masculino, bem como de malas, sapatos, joias e outros acessórios, foi fundada em 1990 pela estilista homônima francesa, então com 23 anos, nascida em Boulogne-Billancourt e de mãe alemã. Durante os primeiros quatro anos chamou-se Twen, tendo depois adotado a designação atual.

Em 2016, a sociedade de private equity Montefiore Investment SAS adquiriu uma participação de 51% na empresa, enquanto as ações remanescentes continuam sendo detidas por Isabel Marant e por acionistas de longa data. Atualmente, a marca comercializa a sua linha principal de pronto-a-vestir feminino e masculino, uma coleção secundária chamada Isabel Marant Étoile, mais casual e acessível, e uma gama de acessórios, entre os quais se incluem os óculos, lançados em 2020 e produzidos pela Safilo, com sede em Pádua.

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Kim Bekker se formou na Academia de Arte e Design de Arnhem e já havia passado pela empresa, entre 2008 e 2018, contribuindo para a definição do estilo da marca. Após cerca de três anos como diretora de design das pré-coleções e dos produtos acabados na Saint Laurent, regressou à Isabel Marant em março de 2021 para assumir o mesmo cargo.

Em 2022, a empresa faturou cerca de 300 milhões de euros e tinha como objetivo alcançar os 500 milhões até 2026. No entanto, em 2024, as suas vendas caíram 17% nos primeiros nove meses do exercício, penalizadas nomeadamente pela contração de 31% registada no canal atacadista. Para Bekker, começa assim uma fase delicada, na qual terá de dar novo fôlego ao negócio da prestigiada marca francesa.