James Webb: nebulosa rara abriga anéis brilhantes misteriosos

Astrônomos da NASA tentaram explicar origem e formato dos anéis

Par de anéis descoberto na NGC 1514, a Nebulosa Bola de Cristal, pelo James Webb
Par de anéis na nebulosa Bola de Cristal (Imagem: arXiv/Reprodução)

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Astrônomos usaram o Telescópio Espacial James Webb (JWST) para observar um par de anéis vermelhos e brilhantes na chamada Nebulosa Bola de Cristal. As observações foram publicadas no servidor de pré-impressão arXiv no final de fevereiro e ajudam a entender a natureza desses astros.

Nebulosas costumam ser raras e a descoberta chamou atenção da equipe do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, que investigou a possível origem da estrutura.

Par de anéis descoberto na NGC 1514, a Nebulosa Bola de Cristal, pelo James Webb
Astrônomos têm uma hipótese para a origem dos anéis (Imagem: arXiv/Reprodução)

Anéis brilhantes são encontrados em nebulosa

Os anéis ficam na nebulosa elíptica NGC 1514, também conhecida como Nebulosa Bola de Cristal, a cerca de 1.500 anos-luz de distância da Terra. Ela se originou de uma estrela binária chamada HD 281679.

Segundo o Phys.org, nebulosas planetárias são conchas de gás e poeira ejetadas de uma estrela durante seu processo de evolução para uma gigante vermelha ou anã branca. Elas costumam ser raras e ajudam astrônomos a entender a evolução química desses astros.

No caso da vez, os pesquisadores já conheciam a NGC 1514, mas só dessa vez descobriram que ela abriga um par de anéis axissimétricos brilhantes no infravermelho, na camada externa da nebulosa. Eles foram batizados de R10 e medem entre  0,65 e 1,3 anos-luz de diâmetro, mas pouco se sabe sobre suas propriedades.

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Descoberta pode ajudar a entender astros raros

Se as nebulosas são raras, os anéis são mais ainda. O líder da pesquisa e membro do JPL da NASA, Michael E. Ressler, explicou um pouco mais sobre os métodos de análise:

  • A equipe usou o Instrumento de Infravermelho Médio (MIRI) do James Webb, usando as imagens de alta resolução e espectroscopia de média resolução;
  • As observações revelaram características “turbulentas” nos anéis, já que eles são muito mais brilhantes do que a camada interna da nebulosa. Mesmo assim, sua estrutura ainda parece relativamente coesa;
  • Ainda, os astrônomos identificaram a existência de emissão fraca além dos limites do anel, possivelmente resultado de ejeções anteriores (menos intensas) ou de ventos de maior velocidade.
Representação do James Webb
Descoberta foi possível graças a imagens do James Webb (Imagem: olivier.laurent.photos/Shutterstock)

Mas afinal, o que são os anéis?

De acordo com o trabalho, eles podem ser apenas emissões de poeira, que adquiriram a cor avermelhada por causa da temperatura, estimada entre 110 e 200 K (entre -163 e -73ºC).

Já em relação a origem dessas estruturas, a hipótese principal é que eles tenham sido formados a partir de material ejetado em uma fase de perda de massa da nebulosa planetária. Em seguida, eles podem ter sido moldados por ventos até chegarem ao formato de anel.


Vitoria Lopes Gomez

Vitoria Lopes Gomez é redatora no Olhar Digital


Fonte: Olhar Digital

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