A dança das cadeiras continua! Jonathan Anderson foi anunciado como o novo diretor criativo da Dior feminina. Ele tinha assumido a direção criativa da Dior Men em abril e agora comandará também a linha principal da grife, após Maria Grazia Churi deixar o cargo.
Com esse anúncio, o número de lideranças femininas nas principais marcas de luxo diminui ainda mais. Agora, são apenas 5 mulheres nas 25 grifes mais importantes do mundo.

Foto: Jonathan Anderson (Reprodução/Instagram)
Givenchy, Bottega Veneta, Hermès, Chloé, Prada e Miu Miu são as únicas grifes com diretoras criativas mulheres. Além disso, Miuccia Prada está no comando de duas marcas — e divide a direção com Raf Simons na Prada.
Com esses movimentos constantes, que ampliam a presença masculina nas lideranças criativas, a diversidade — que há alguns anos parecia uma pauta promissora na indústria — agora deixa de ser prioridade.
Esse cenário se torna ainda mais preocupante quando consideramos a ausência completa de mulheres negras no comando dos grandes conglomerados de luxo — que, ao que tudo indica, continuam apostando majoritariamente em homens brancos para criar coleções voltadas às mulheres. Atualmente, apenas Balmain e Ferragamo contam com homens negros liderando suas linhas femininas.
Jonathan Anderson é apenas mais um nessa grande dança das cadeiras que, apesar de frequente, parece sempre a mesma: um homem branco ocupando o lugar de outro homem branco ou, é claro, de uma mulher.
É claro que marcas menores e labels independentes têm um número mais expressivo quando o assunto é diversidade. No entanto, é inegável o impacto que as maisons mais tradicionais no mundo exercem na indústria como um todo.

Foto: Dior (Divulgação)
Em um momento de instabilidade econômica e, por consequência, o conservadorismo em alta na moda, os grandes conglomerados parecem querer apostar apenas no que quase sempre foi a norma: homens brancos no comando.
Além disso, pautas como a sustentabilidade também parecem ficar em segundo plano, já que o objetivo é apenas um: superar a crise, manter o consumo e garantir o crescimento dos números. O resto não parece importar tanto.
No entanto, uma visão homogeneizada em toda a indústria pode significar, além de tudo, criações monótonas — afinal, todas partem da vivência de pessoas “iguais”. A diversidade garante não só um mercado mais justo, mas também uma moda que rompe com o óbvio, desconstrói padrões estéticos e reafirma que a criação é mais do que roupa: é cultura, história, arte. Quando todas as coleções partem do mesmo ponto de vista, essa pluralidade é silenciada.
É impossível prever o futuro da indústria, mas, pelos movimentos recentes, tudo indica um retrocesso.
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Fonte: Steal the Look