Cantora, que é filha de Fausto Silva, mergulha em processo criativo honesto e intenso em seu disco de estreia, com 12 faixas autorais e participação direta em todas as etapas do projeto, incluindo figurino, conceito visual e produção do clipe de “Mundo da Lua” No final de abril, a cantora e compositora Lara Silva lançará seu primeiro álbum, com 12 faixas inéditas que marcam um salto importante na sua carreira. Depois do EP Faíscas, ela volta com um trabalho mais profundo, mais maduro e mais íntimo — tanto nas letras quanto na estética visual.
Todas as músicas foram escritas por Lara ao lado de parceiros, e o projeto contou com sua participação ativa em diversas frentes: desde o styling até a produção do clipe de Mundo da Lua, já gravado. Lara antecipou algumas informações em papo exclusivo com a Glamour: “Nunca estive tão vulnerável e, ao mesmo tempo, tão confiante”, diz a artista, ao refletir sobre a intensidade do processo de criação. “Esse álbum é um retrato vivo e verdadeiro da artista e da pessoa que eu me descobri ser e que eu sou hoje.”
Para ela, compor com honestidade exigiu um mergulho emocional, um trabalho de autoconhecimento e coragem para se expor. Lara também mergulhou na construção da identidade visual do projeto, garimpando peças do próprio guarda-roupa e criando looks com significado. “A moda é uma armadura e uma forma de gritar qual parte de mim eu quero exaltar”, explica. Com o clipe de Mundo da Lua, ela promete transportar o público para um universo lúdico e libertador. “Espero que todo mundo se sinta pertencente a esse álbum, que possam se sentir confortáveis com suas próprias loucuras e contrastes.”
Abaixo, você confere a entrevista exclusiva na íntegra com Lara Silva:
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Como foi a evolução da Lara artista entre Faíscas e este primeiro álbum? O que mudou na sua relação com a música e com a exposição?
“Eu não só sinto, mas vejo uma evolução gigantesca do meu primeiro lançamento para o meu primeiro álbum agora. Eu acho que me descobri como compositora mesmo, aprendi muito sobre o meu processo criativo. Me desenvolvi como vocalista, mas me descobrir como compositora foi o maior aprendizado de todos. Acredito que nesse álbum eu consegui realmente ser honesta com as palavras, com as minhas escolhas. É uma mistura de medo com confiança muito louca, porque eu nunca tive tanto medo de lançar algo, nunca me senti tão vulnerável, tão exposta — e, ao mesmo tempo, nunca me senti tão confiante de que esse trabalho sou eu. Em tudo: desde as palavras, da melodia, da produção, do audiovisual, das imagens. Tudo está sendo feito de uma maneira muito honesta. Não quero dizer que fiz tudo sozinha. Trabalhei com pessoas que realmente me conheceram, captaram as minhas ideias, a minha pessoa, e me ajudaram a desenvolver um trabalho criativo, honesto, verdadeiro e puro. Eu nunca estive tão orgulhosa de um trabalho. Compor desse lugar requer um trabalho de autoconhecimento, de se questionar, se desafiar a produzir o melhor que posso produzir. E esse álbum é com certeza o melhor, mais honesto trabalho que posso entregar hoje. É um retrato vivo e verdadeiro da artista e da pessoa que eu me descobri ser”.
Todas as faixas do álbum foram escritas por você e parceiros. Como foi esse processo criativo? Existe uma música que melhor traduz esse momento da sua vida?
“O álbum tem 12 faixas, e dessas, dez foram escritas totalmente por mim — letra, estrutura e melodia — em parceria com o Alexandre Fontanet, que é o produtor do disco. As outras duas contam com colaborações muito especiais: uma com o Juliano Holanda e outra com o Zeca Baleiro, que escreveu a letra. Fiquei super feliz com esse processo e com o trabalho deles também. É difícil escolher uma única música que defina esse momento, porque as faixas falam de temas muito diversos. Eu escrevo sobre tudo que está na minha mente e que quer sair em forma de música, de maneira bem intuitiva. Nunca componho já imaginando o resultado final — deixo o processo me guiar, em vez de tentar encaixar em estruturas que, no fim das contas, mais me limitam do que ajudam. Aprendi que preciso compor sozinha, no silêncio, nesse espaço íntimo, porque é ali que consigo acessar o que tenho de mais verdadeiro. E, dentro disso, acredito que o primeiro single, Quase Tudo Se Encaixa, funciona como uma boa porta de entrada para o que está por vir. É uma música que fala sobre a sensação de não pertencimento — seja dentro da própria casa, entre amigos ou em ambientes de trabalho. Esse sentimento sempre esteve comigo, desde a infância, e só agora percebo o quanto ele me moldou. Acho que, com esse álbum, comecei a fazer as pazes com essa estranheza que vive em mim — e que, acredito, vive em todo mundo, em maior ou menor grau. A arte, pra mim, é um remédio pra isso. É um alívio. Porque esse sentimento pode isolar muito a gente do mundo — e eu não quero mais viver assim.”
Aprendi que preciso compor sozinha, no silêncio, nesse espaço íntimo, porque é ali que consigo acessar o que tenho de mais verdadeiro
Lara
Divulgação
Você se envolveu diretamente no styling e na produção dos looks do clipe e das fotos. Como a parte visual se conecta com a história que você quer contar neste álbum?
“Eu fui o styling de todo o clipe e das fotos, porque resolvi gastar tudo em cenário — que foi uma escolha ótima, na minha visão. O cenário era o mais importante. Quando eu imaginava as músicas, a estética e a imagem do álbum, o cenário era primordial. O styling já estava claro na minha cabeça: queria usar luva, queria usar bota… então comecei vasculhando meu guarda-roupa e achei várias peças. A maioria eu já tinha. Só comprei um look — uma camisola com renda que achei sem querer — e foi perfeito. Sempre que tenho um show ou evento, a primeira coisa que penso é no look. A moda é um instrumento de expressão e também uma proteção, uma armadura. As roupas estão muito ligadas a como eu quero me sentir. Não é só como eu estou me sentindo, mas como quero me sentir. A roupa é uma ponte para isso. A moda é uma diversão. Acho que a gente tem que se arriscar mais, brincar mais, não se levar tão a sério. Mas, ao mesmo tempo, vejo que as imagens ganham vida a partir da sua interpretação. Como eu sou a única pessoa sendo filmada no audiovisual, a gente está sempre brincando de personagens — e, querendo ou não, todos nós somos várias versões de nós mesmos ao longo da vida. A moda ajuda a caracterizar essas personas que moram em nós. Não são máscaras, mas partes de nós que escolhemos exaltar mais em certos momentos. E isso funciona. A moda é efetiva nisso”
O clipe de Mundo da Lua já está gravado! O que os fãs podem esperar dessa produção? Qual a essência dessa música dentro do disco?
“Sim, o clipe está gravado! E ele vai ser um conglomerado de toda a minha fantasia, de tudo que passou pela minha cabeça louca durante esse processo. Eu vejo muita liberdade ali. Dá pra ver que estou mais livre fisicamente, emocionalmente. É isso que eu sinto: um senso de liberdade muito grande ao ver as imagens que a gente fez. Estou muito, muito, muito feliz, de verdade. Espero que todo mundo se sinta pertencente com esse álbum, porque foi isso que ele me trouxe. E espero que isso possa se abrir para outras pessoas também se sentirem confortáveis com suas loucuras, seus contrastes, seus meios. Esse estranhamento vive em todo mundo. E, quando a gente se conecta através da arte feita com honestidade, a gente sente que alguém entende a gente — por mais louco que isso pareça.
Acho isso o mais bonito de ser artista: a gente se emociona com trabalhos feitos por pessoas com vidas completamente diferentes das nossas. Isso é conexão humana. É uma das coisas mais poderosas que existem. E poder trabalhar com isso é um privilégio que levo com muita responsabilidade e seriedade.
O clipe é um passeio por tudo que a gente produziu na gravação das imagens e dos visualizers. É uma loucura grande — e eu tô muito animada pra que esse mundo seja de todo mundo, não só meu e das pessoas que fizeram parte da produção”.
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Fonte: Glamour