Leoni recupera o minimalismo moderno na NYFW

Traduzido por

Helena OSORIO

Publicado em



10 de fevereiro de 2025

A marca Calvin Klein é a porta de entrada para o novo estilo de Veronica Leoni que voltou à maison com o valor de realizar uma coleção minimalista, moderna e sorridente, que chegou a Nova York e recebeu aplausos do fundador da marca.

Calvin Klein – Outono-Inverno 2025/26 – Womenswear – Nova York – ©Launchmetrics/spotlight

“Eu a adorei. Fabulosa e muito Calvin”, disse Klein, entusiasmado ao abraçar Leoni nos bastidores.
 
Vestido com um clássico terno preto com gravata preta – mais adequado para um funeral do que para uma festa – Klein sentou-se na primeira fila do desfile, realizado na sede histórica da empresa na West 39th Street, no meio do Garment District.

O desfile foi o primeiro da marca Calvin Klein desde que Raf Simons apresentou a sua última coleção para a prestigiada marca americana no mesmo espaço em 2018, embora o estilo e a sensibilidade propostos pelo desfile representassem um regresso ao início dos anos 2000 e às últimas coleções desenhadas pessoalmente por Calvin Klein para a sua marca homônima.

Calvin Klein – Outono-Inverno 2025/26 – Womenswear – Nova York – ©Launchmetrics/spotlight

A coleção foi totalmente livre de estampas, enfatizando linhas simples e tecidos caros e de alta tecnologia, tudo revelado num desfile acelerado. Leoni usou as suas habilidades como cortadora criativa e drapper inovadora para levar esta coleção a novos horizontes.
 
O estilo era refinado, o clima de uma mulher de carreira ocupada, enquanto Kendall Jenner usava óculos de leitura acadêmicos e um casaco com padrão espinha de peixe. Saias à altura do joelho foram combinadas com casacos de cinco botões em belos ternos de nylon brilhantes. A coleção também tinha um toque de charme, desde um deslumbrante smoking de seda branca cortado como um sexy vestido de festa até vestidos sensuais de seda.
 
Nascida em Roma, Leoni chegou à marca nova-iorquina com um currículo impressionante, tendo trabalhado como designer-chefe de malhas para a Jil Sander e como diretora de pré-coleção na Celine sob Phoebe Philo. Também fundou a própria marca, Quira, conhecida por formas esculturais e indiferença sem esforço. Essas influências são continuadas por Calvin Klein, nos sobretudos quase contornados para mulheres e nas vestes sacerdotais usadas por alguns homens.

Calvin Klein – Outono-Inverno 2025/26 – Womenswear – Nova York – ©Launchmetrics/spotlight

O minimalismo é uma arte sutil, e isso significava que o desfile não foi particularmente explosivo, mas a coleção estava cheia de coragem e elegância. Neste desfile misto, Leoni vestiu os homens com casacos oversized sem lapelas e calças volumosas, assim como no jeans, item fetiche da maison, sempre conhecida pela frase imortal de Brooke Shields: “Nothing comes between me and my Calvins”. Uma ideia inimaginável, tendo em conta os jeans elefantinos.
 
O show animado foi acompanhado por uma fantástica trilha sonora do DJ Frédéric Sanchez, que contou com o Blues eletro-urbano Confidence de Anything’s Possible, título apropriado para esta coleção.
 
“Eu não queria ficar muito preso ao passado. Eu queria apagar o que aconteceu entre o último dia de trabalho de Calvin e o meu primeiro dia de trabalho”, explicou a feminina, mas enérgica, Leoni no final do desfile.
 
As criações esportivas e arquitetônicas do designer brasileiro Francisco Costa, sucessor imediato da Calvin Klein como diretor criativo, foram banidas da passarela. Tudo estava a anos-luz de distância das T-shirts maximalistas com o poster do filme Tubarão, do antecessor de Leoni, o belga Raf Simons.

Calvin Klein juntamente com a designer italiana Veronica Leoni – Courtesy of Calvin Klein

Quando questionada sobre como se sentia por ser a primeira mulher diretora criativa da Calvin Klein, Leoni respondeu: “Hoje sinto-me como King Kong!”
 
O desfile surge em um momento difícil para a marca, uma vez que Calvin Klein e Tommy Hilfiger fazem parte da PVH Corp., a empresa que foi colocada na lista de empresas não fiáveis ​​da China em resposta ao aumento das tarifas sobre produtos chineses promulgadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
 
“Eu não quero falar sobre isso. Tudo o que quero dizer é que Veronica criou uma coleção fantástica, que levará a Calvin Klein a uma nova era”, disse Stefan Larsson, CEO da PVH.
 
No final, Veronica Leoni recebeu uma grande salva de palmas, com duas ex-modelos superestrelas da Calvin Klein, Kate Moss e Christy Turlington, juntando-se aos aplausos juntamente com os atores Greta Lee e Cooper Koch.

Calvin Klein – Outono-Inverno 2025/26 – Womenswear – Nova York – ©Launchmetrics/spotlight

Embora certamente não tenha sido um desfile de ‘home run’, a coleção parecia ser um sucesso, com o estilo e a elegância necessários para satisfazer um grande público. E, mais importante ainda, elevou a marca respeitando o seu DNA. Simplificando: a Calvin Klein, uma das seis maiores maisons de moda da história americana, está de volta.
 

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Fonte: Fashion Network

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