Por
Reuters
Publicado em
2 de outubro de 2025
Representantes da Armani contataram potenciais compradores para uma participação minoritária no conceituado grupo de moda italiano, disseram três fontes à Reuters. A iniciativa lançou efetivamente um leilão informal de parte de um dos impérios de moda mais prestigiados do mundo, poucas semanas após a morte do criador.

Duas das fontes disseram que a L’Oréal está entre as empresas abordadas. As mesmas acrescentaram que o grupo ainda não contactou fundos de private equity como potenciais compradores.
Duas das fontes adiantaram que a Rothschild deverá assessorar a Armani na transação. O Grupo Armani mantém uma ligação à consultora através de Irving Bellotti, sócio da Rothschild que integra o conselho da Fundação Armani.
Uma das pessoas referiu que as conversações continuam em uma fase inicial e advertiu que as negociações poderão demorar meses para avançar.
A Reuters não conseguiu confirmar quem efetuou os contatos em nome dos vendedores. As quatro fontes solicitaram anonimato porque o assunto permanece privado.
O Grupo Armani e a Rothschild recusaram comentar. A L’Oréal, que detém um acordo de licenciamento com o Grupo Armani até 2050, não respondeu aos pedidos de comentários.
No seu testamento, o falecido designer italiano Giorgio Armani instruiu os seus herdeiros a vender uma participação inicial de 15% na casa de moda no prazo de 18 meses após a sua morte. Determinou ainda que, depois disso, transferissem uma participação adicional entre 30% e 55% para o mesmo comprador ou avançassem para uma cotação em bolsa.
O testamento dá prioridade ao conglomerado de luxo LVMH, à líder do setor da beleza L’Oréal e ao fabricante de óculos EssilorLuxottica, com as quais a Armani mantém uma parceria comercial.
A fundação que Armani criou para preservar o seu legado pode também oferecer a participação a outro grupo de “igual estatuto”, desde que obtenha o acordo do parceiro de negócios e de vida de Armani, Pantaleo Dell’Orco.
As três empresas mencionadas emitiram declarações a indicar abertura para um potencial acordo. O testamento, publicado no mês passado após a morte do designer, a 4 de setembro, enumera seis classes de ações com diferentes direitos de voto.
A fundação filantrópica e Dell’Orco detêm 30% e 40% dos direitos de voto da empresa, respectivamente, o que significa que controlam em conjunto 70% do grupo de moda. O testamento estipula que a fundação manterá uma participação de 30,1% na empresa, tanto em caso de cotação em bolsa como de venda.
Dell’Orco, que também integrou a comissão executiva da fundação, não pôde ser contatado para comentar. Um representante da Fundação Armani recusou comentar por e-mail.
Giorgio Armani foi o único acionista majoritário da empresa que fundou há 50 anos e manteve um controle apertado sobre os seus aspectos criativos e de gestão.
Os analistas estimam que a marca poderá valer entre 5 bilhõese 12 bilhões de euros (5,5 bilhões a 14 bilhões de dólares), o que faz da potencial venda um dos acontecimentos mais acompanhados na indústria da moda.
As disposições do testamento de Armani são juridicamente vinculativas, e a associação italiana de notários refere que poderão ser alvo de impugnação judicial se não forem cumpridas.
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Fonte: Fashion Network