A Companhia Paranaense de Energia (Copel) registrou um lucro líquido de R$ 575 milhões no quarto trimestre de 2024, uma queda de 39% em relação ao mesmo período de 2023. O recuo se deve à venda da Compagás e da Usina Elétrica a Gás de Araucária (Uega), cujas operações foram contabilizadas no balanço de 2023, mas não aparecem nos resultados de 2024.
Considerando o acumulado de 2024, o lucro líquido registrado foi de R$ 2,8 bilhões, alta de 20,3% ante o ano de 2023.
- Leia mais:
- Confira os resultados e indicadores da Copel e das demais companhias de capital aberto no portal Valor Empresas 360
A receita líquida teve um aumento de 8,1%, totalizando R$ 6 bilhões no trimestre, ante os R$ 5,57 bilhões registrados no mesmo período de 2023. Já no ano de 2024, a receita operacional líquida totalizou R$ 22,7 bilhões, aumento de 5% em relação ao ano anterior.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado caiu 12,9% no último trimestre de 2024, para R$ 1,3 bilhão, na comparação com igual intervalo do ano anterior. Considerando todo o ano de 2024, o Ebitda somou R$ 5,1 bilhões.
O CEO da empresa, Daniel Slaviero, lembra que entre os destaques do período, está o descruzamento de ativos com a Eletrobras, numa transação que envolveu as hidrelétricas de Colíder e Mauá, além da transmissora Mata de Santa Genebra. A empresa também vendeu ativos de pequeno porte para a Electra, pelo valor de R$ 450,5 milhões.
No quarto trimestre, o montante realizado do programa de investimentos foi de R$ 679,8 milhões, sendo 80% pela Copel Distribuição e 19,9% pela Copel Geração e Transmissão. Esta proporção deve se manter em 2025.
O diretor financeiro da empresa, Felipe Gutterres, explica que a alavancagem financeira da empresa, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, saiu de 1,5 vez no terceiro trimestre de 2024 e fechou o quarto trimestre em 2,6 vezes por conta do pagamento do bônus de outorga das hidrelétricas que tiveram as concessões renovadas por mais 30 anos.
Em fevereiro de 2025, a empresa ainda aproveitou oportunidades de mercado ao exercer seu direito de preferência na compra da participação da hidrelétrica de Baixo Iguaçu da Neoenergia, que detinha 70% do negócio, por R$ 984 milhões. Após a aquisição, a Copel firmou um contrato de venda da participação para a empresa tcheca Energo Pro, incluindo sua fatia minoritária de 30% no consórcio, por R$ 570 milhões.
Para este ano, a Copel vai focar na participação do leilão de segurança energética (reserva de capacidade). São cerca de 70 gigawatts (GW) cadastrados entre projetos hidrelétricos e termelétricos. Slaviero defende que as hidrelétricas tenham uma quantidade mínima de demanda definida pela União, já que esta é a fonte mais barata para o consumidor e a única renovável.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2024/F/v/CNxEWrTHapFPbBhrJguQ/103790776-copel-20processo-20de-20privatiza-c3-a7-c3-a3o-20pode-20movimentar-20at-c3-a9-20r-205-20bilh-c3-b5esgoverno-20do-20paran-c3-a1-20pretende-20r.jpg)
Fonte: Valor