O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, defendeu que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tomou medidas contra fraudes em descontos e benefícios de aposentadoria e pensão, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Ainda segundo o ministro, os beneficiários que sofreram descontos indevidos em seus benefícios têm que ser restituídos.
A operação Sem Desconto da Polícia Federal atingiu a alta cúpula do INSS e 11 entidades foram alvos da investigação. O então presidente da autarquia, Alessandro Stefanutto, foi afastado por determinação da Justiça. Depois, foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao todo, seis servidores foram afastados de suas funções.
Segundo Lupi, as irregularidades são uma herança de governos anteriores, porque, das 11 associações investigadas, 10 firmaram acordos antes de 2023. O ministro negou que tenha deixado de tomar providências depois de ter sido alertado em junho de 2023. Segundo o ministro, não é possível saber quantos beneficiários foram efetivamente prejudicados.
Sobre a restituição dos valores cobrados irregularmente, Lupi afirmou que “é um processo complexo” e que o repasse foi bloqueado neste mês e que, no próximo, será devolvida a cobrança de abril. Ainda segundo o ministro, tem que ser feita uma auditoria e recadastramento dos 6 milhões de beneficiários que tinham descontos.
Na entrevista, Lupi afirmou que tem a consciência tranquila, fez tudo que podia e que tem falado normalmente com o presidente Lula. De acordo com Lupi, o presidente pediu o afastamento do então presidente da autarquia e ele argumentou que ele deveria ter amplo direito de defesa e não deveria ser demitido, mas depois concordou que poderia ser negativo para a investigação.
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Fonte: Valor