Por
Bloomberg
Publicado em
25 de setembro de 2025
A LVMH está intensificando sua expansão na Coreia do Sul, com o conglomerado de luxo buscando diversificar sua presença global em meio a incertezas geopolíticas e econômicas que estão obscurecendo as perspectivas de gastos do consumidor nos Estados Unidos e na China. O mercado de luxo do país, em plena expansão, atrai a atenção mundial.

As duas maiores marcas de moda do grupo — Louis Vuitton e Christian Dior — planejam ampliar as suas lojas emblemáticas em formato maison no distrito de Cheongdam, em Seul, nos próximos anos, segundo fontes familiarizadas com o assunto, que solicitaram anonimato por discutirem deliberações internas. A remodelação da Dior poderá ocorrer já em 2027 e deverá incluir um restaurante permanente, segundo a informação.
A Bulgari, casa de relojoaria e joalharia da LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton SE, estará, segundo relatos, a avaliar a abertura da sua primeira flagship na Coreia do Sul, numa altura em que o grupo reforça a sua presença regional. Entretanto, a Tiffany & Co. deverá abrir uma flagship no distrito de Cheongdam, em Seul, em 2027, de acordo com as mesmas fontes.
Um representante da LVMH não respondeu a um pedido de comentário.
O duradouro apreço dos sul-coreanos pelo luxo, aliado a uma economia resiliente e ao aumento da confiança dos consumidores, transformou o país numa nota positiva para os principais nomes do setor num panorama de retalho global cada vez mais incerto. A Louis Vuitton, Hermès e Chanel registaram, no conjunto, quase 10% de crescimento nas vendas no país no ano passado, atingindo 3,3 bilhões de dólares, segundo dados governamentais.
Para além dos compradores nacionais, o aumento do número de visitantes — principalmente da China e Japão —, a par da desvalorização do won, impulsionaram ainda mais as vendas. As despesas dos turistas cresceram cerca de um terço, atingindo um recorde de 9,26 bilhões de won (6,6 bilhões de dólares) no ano passado, de acordo com o Korea Herald.
Ao mesmo tempo, o mercado chinês de bens de luxo registrou no ano passado a maior contração de uma década, enquanto as tarifas de importação dos Estados Unidos levaram as casas de moda a aumentar os preços, potencialmente a empurrar os consumidores mais ricos para compras de luxo no estrangeiro. Mesmo o Japão, onde a fraqueza do iene alimentou um boom no consumo de luxo, começa agora a dar sinais de abrandamento.
A LVMH, fundada pelo multimilionário Bernard Arnault, tem reforçado a sua presença na Coreia do Sul. A Celine abriu a sua primeira boutique no país em dezembro do ano passado e a Fendi inaugurou a sua primeira flagship em 2023.
Outros grupos de luxo também apostam no mercado sul-coreano. A Cie Financière Richemont SA — que registrou um aumento de 20% nas vendas no país no exercício fiscal terminado em março — abriu, em junho, uma nova flagship do relojoeiro suíço Vacheron Constantin em Seul. A loja inclui obras de arte coreanas, um arquivo digital, um salão privado e um espaço dedicado a exibições e eventos. A Hermès também mudou de instalações e ampliou a sua flagship na capital sul-coreana, reabrindo o espaço em agosto.
Fonte: Fashion Network