
Resumo
- Pesquisa Ipsos divulgada nesta terça (27/05) revela que 86% dos pais no Brasil apoiariam uma lei que exija consentimento para downloads de apps por menores de 16 anos.
- Cerca de 62% dizem confiar mais nas lojas de aplicativos, como App Store e Google Play, para realizar a gestão dos dados para verificação.
- O estudo encomendado pela Meta ainda mostra que 85% dos pais defendem contas específicas para adolescentes em redes sociais, com proteções adicionais por padrão.
Pais brasileiros apoiam a ideia de maior controle sobre os aplicativos que seus filhos adolescentes baixam e utilizam. Pelo menos é o que indicam os resultados de uma pesquisa encomendada pela Meta, conduzida pelo instituto Ipsos no Brasil e divulgada nesta terça-feira (27/05).
Segundo o estudo, 86% dos pais com filhos menores de 18 anos apoiariam uma lei que exigisse consentimento para que menores de 16 anos pudessem baixar aplicativos. Para 57% dos entrevistados, 16 anos seria a idade ideal para essa exigência de autorização.
Além disso, 62% acreditam que seria mais prático gerenciar esse tipo de permissão diretamente nas lojas de aplicativos — como a App Store e a Google Play — em vez de configurar individualmente em cada app.
Lojas de aplicativos com controle dos pais?

Além de questionar se aprovariam leis para restringir downloads por adolescentes, a pesquisa também investigou a confiança dos pais em relação à gestão dos dados pessoais necessários para a verificação da aprovação parental.
Mais da metade dos entrevistados (54%) afirmou confiar mais nas lojas de aplicativos do que nos próprios aplicativos para lidar de forma segura com essas informações.
A ideia por trás dessa preferência é que, ao validar a idade do adolescente uma única vez durante a configuração do telefone, as lojas de aplicativos poderiam aplicar essa verificação a todos os downloads futuros ou solicitar o consentimento dos pais.
Isso, teoricamente, simplificaria o processo para os responsáveis, que hoje podem usar, em média, 40 aplicativos por semana, segundo estudos recentes nos EUA citados pela Meta.
Pais apoiam contas especiais para adolescentes em redes sociais

Outro ponto de destaque da pesquisa é o amplo apoio dos pais brasileiros à criação de contas específicas para adolescentes em redes sociais, com proteções adicionais ativadas por padrão.
Cerca de 85% dos entrevistados disseram que apoiariam essa iniciativa, que incluiria configurações restritas e ferramentas de controle parental — configurações que a própria Meta oferece em seus aplicativos, como o Instagram, Facebook e Messenger, com as Contas de Adolescente.
Lançada em 2024, o recurso aplica restrições sobre quem pode contatar os jovens, o tipo de conteúdo que eles veem e outras configurações de segurança, aplicadas por padrão, que só podem ser desativadas com confirmação dos responsáveis. Segundo a Meta, 97% dos adolescentes de 13 a 15 anos permaneceram com essas configurações restritas desde sua implementação.
A pesquisa Ipsos foi realizada a pedido da Meta e ouviu 1.000 adultos brasileiros com filhos menores de 18 anos entre os dias 16 e 23 de abril de 2025. As entrevistas foram conduzidas online e presencialmente.
Os dados foram ponderados para se aproximarem de uma amostra representativa dos pais brasileiros com filhos menores de 18 anos, com base nos parâmetros da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), considerando idade, gênero, região e classe socioeconômica. A margem de erro da pesquisa completa é de mais ou menos 3,5 pontos percentuais.
Projeto de lei aborda o tema no Brasil
A divulgação do levantamento ocorre em um momento oportuno, já que a Câmara dos Deputados discute o PL 2.628/2022, que estabelece regras para a proteção de crianças e adolescentes em ambientes digitais, incluindo redes sociais. O projeto, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB/SE), foi aprovado pelo Senado em dezembro de 2024 e enviado à Câmara para revisão. O texto prevê medidas como:
- Estabelecimento de mecanismos efetivos de verificação de idade dentro das plataformas.
- Maior supervisão de atividades online por parte dos responsáveis.
- Regulamentação ampla de redes sociais, aplicativos, sites, jogos eletrônicos e serviços virtuais, visando prevenir práticas como bullying, exploração sexual e incitação a vícios.
Com informações da Meta e Ipsos
Maioria dos pais no Brasil defende controle sobre apps baixados por adolescentes
Fonte: Tecnoblog