Manhã no mercado: Ativos tentam se recuperar em meio a retaliação chinesa à guerra tarifária de Trump | Finanças

Novos desdobramentos da guerra comercial entre Estados Unidos e China seguem no foco dos mercados globais nesta sexta-feira, após Pequim elevar a tarifa cobrada de produtos americanos de 84% para 125%. em resposta à informação da Casa Branca de ontem de que a taxa tarifária aplicada a produtos chineses já soma 145%. No entanto, diante da intenção da China de não escalar adicionalmente a disputa, como indicado pelo governo, os ativos de risco tentam exibir alguma recuperação na manhã desta sexta-feira.

Declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, e de membros do governo americano devem ser monitoradas ao longo do dia. Enquanto isso, na agenda de indicadores, as atenções se voltam para a leitura preliminar de abril do índice de sentimento do consumidor americano, da Universidade de Michigan. Nas últimas semanas, o resultado do indicador e o comportamento das expectativas de inflação de curto e de longo prazo têm estado no foco dos agentes financeiros e, com a entrada em vigor das tarifas “recíprocas”, o mercado deve se mostrar bastante atento aos números.

Ao menos antes da divulgação do sentimento do consumidor americano, é possível que os mercados de câmbio e de bolsa tentem exibir alguma retomada, diante da tentativa de valorização dos preços das commodities, ainda que de forma contida. Além disso, os futuros dos principais índices acionários de Nova York operam em alta após o tombo sofrido ontem, o que pode indicar algum alívio na dinâmica dos mercados à vista mais à frente e dar apoio a uma busca por ativos de risco.

Vale notar, porém, que o tom de cautela nos mercados globais segue elevado, com uma forte valorização do ouro, que, por volta de 8h (de Brasília), subia 1,66%, a US$ 3.230,10 por onça-troy, renovando máximas atrás de máximas, ao mesmo tempo em que o índice DXY do dólar operava abaixo dos 100 pontos, diante de uma forte apreciação de outras moedas vistas como fortes, como o euro, o iene e o franco suíço. Hoje, porém, o dólar exibe leve queda em relação a divisas de mercados emergentes, o que pode favorecer o real.

A agenda ainda conta com alguns indicadores no Brasil, que devem ser monitorados pelos investidores e que podem influenciar, em especial, a dinâmica da ponta curta da curva de juros, como o IPCA de março e o IBC-Br de fevereiro, no momento em que as incertezas com a economia global deixaram em segundo plano a dinâmica da inflação e da atividade econômica no Brasil. No exterior, o índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA referente a março também deve ser monitorado com atenção pelos investidores, que devem buscar por pistas sobre a dinâmica do deflator de gastos com consumo (PCE), já que itens do PPI são usados na confecção do indicador de inflação que costuma ser mais acompanhado pelo Federal Reserve (Fed).

Fonte: Valor

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