Diversas cidades do país registraram mobilizações pelo fim da escala 6X1 da jornada de trabalho neste domingo (16). Os atos fazem parte do terceiro dia de mobilizações nacionais que vêm sendo realizadas desde o ano passado, reivindicando melhores condições laborais para os trabalhadores. Em Curitiba, a manifestação começou na Praça Santos Andrade e avançou até o Shopping Estação, onde os manifestantes chegaram a ocupar o estabelecimento.
O principal objetivo das manifestações é pressionar o Congresso Nacional, que acaba de retomar suas atividades após o recesso parlamentar, para dar andamento à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa reduzir a jornada de trabalho de 40 para 36 horas semanais. Movimentos populares e trabalhadores têm buscado, com essas ações, reforçar a necessidade de mudanças nas leis trabalhistas para garantir maior qualidade de vida e equilíbrio entre trabalho e tempo livre.
Saiba mais sobre a PEC contra a escala 6×1
A PEC é ousada e prevê um esquema de 4×3, ou seja, o trabalhador teria quatro dias de trabalho para três de folga. Mas essa escala, com a PEC em tramitação, deve sofrer alterações. O PSB, por exemplo, pretende propor um modelo mais harmônico entre os interesses dos trabalhadores e a realidade do mercado de trabalho. Talvez um 5×2.
Do Paraná, só seis deputados assinaram a PEC. Os cinco do PT – Carol Dartora, Gleisi Hoffmann, Tadeu Veneri, Welter e Zeca Dirceu – e Luciano Ducci, do PSB. Isso apesar da grande pressão por meio das redes sociais feitas sobre todos os parlamentares. Essa pressão foi organizada pelo Movimento VAT – Vida Além do Trabalho, que começou no Rio de Janeiro e se espalhou rapidamente por todo o país.
A intenção da PEC com o fim da escala 6×1 é permitir que o trabalhador tenha mais tempo de lazer, de momentos junto à família e até oportunidade para se capacitar a outros empregos que paguem melhor.
Hoje, sobretudo o comércio e os serviços utilizam essa escala. O argumento contra o fim da 6×1 é de que isso impactaria nos custos ao consumidor desses serviços.
De qualquer maneira, entre uma PEC dar entrada no Congresso, tramitar e ser votada, vai uma longa e difícil jornada. Primeiro, é preciso que ela seja colocada em tramitação. Haverá resistência, certamente, mas a julgar pela mobilização feita na coleta de assinaturas, a pressão deve continuar. Para ser aprovada na Câmara, precisa de 308 dos 513 votos dos deputados. Só depois vai ao Senado, onde precisa garantir apoio de 49 dos 81 senadores.
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Fonte:Bem Paraná