Maria Grazia Chiuri se despede da Dior, relembre os melhores momentos » STEAL THE LOOK

Maria Grazia Chiuri encerrou hoje sua trajetória de nove anos à frente da Dior, período em que transformou profundamente a identidade da maison. Como primeira mulher a ocupar o cargo de diretora criativa da marca, Chiuri imprimiu uma visão feminista, inclusiva e profundamente artesanal, redefinindo o conceito de luxo contemporâneo. Apesar das críticas que recebeu ao longo dos últimos anos — principalmente de admiradores fervorosos do New Look que sonhavam com mais glamour na marca —, Chiuri manteve-se firme em sua postura de fazer roupas reais e, acima de tudo, confortáveis. Algo que, no meio do vale-tudo pelo look perfeito, muitas vezes é deixado de lado, já que, como diziam os antigos, “conforto e beleza não andam juntos”.

Mesmo assim, Chiuri conseguiu alavancar as vendas de alta-costura da Dior, que passaram de €2,2 bilhões em 2017 para €9,5 bilhões em 2023. Agora, nos resta esperar: será que a designer italiana voltará para suas raízes e assumirá o posto de diretora criativa da Fendi? Os rumores dizem que sim. E, falando em rumores… será que Jonathan Anderson vai mesmo assumir a direção criativa não só da Dior Men, mas também da linha feminina? Seguimos acompanhando os próximos capítulos dessa (interminável) dança das cadeiras.

Enquanto ficamos só no “um passarinho me disse”, abaixo relembramos alguns dos momentos mais marcantes de Maria Grazia Chiuri na Dior. Grazie di tutto, Chiuri!

Modelo desfilando com camiseta

Foto: Desfile Dior Primavera SS2017 (Reprodução/Vogue Runway)

a dior de maria grazia chiuri

1. t-shirt we should all be feminists (2017)

Em sua primeira coleção para a Dior, Chiuri apresentou a icônica camiseta com a frase “We Should All Be Feminists” (deveríamos ser todos feministas), inspirada no ensaio da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. A peça tornou-se símbolo de seu compromisso com o empoderamento feminino e estabeleceu o tom da nova era sob sua direção criativa.

Bolsa de ombro Dior com padrão de monograma azul marinho e detalhes em metal dourado, sobre casaco de lã bege.

Foto: Desfile Dior FW2018 (Reprodução/Vogue Runway)

2. relançamento da bolsa saddle (2018)

No outono/inverno de 2018, Chiuri reintroduziu a icônica Saddle Bag — originalmente criada por John Galliano — adaptando-a ao gosto contemporâneo e transformando-a, mais uma vez, em um dos acessórios mais desejados do mundo da moda.

Desfile de moda com modelo vestindo blusa listrada e calça jeans larga, em visual inspirado por Maria Grazia Chiuri.

Foto: Desfile Dior FW2018 (Reprodução/Vogue Runway)

3. dior book tote (e outra blusa icônica)

Falando em bolsas que marcaram a Dior, ainda em 2018, Chiuri apresentou ao mundo a Dior Book Tote. Inspirada nos arquivos da grife e no savoir-faire artesanal, a peça foi inicialmente feita com bordados indianos e pensada para ser prática, espaçosa e com um ar casual-chique — bem alinhada à proposta de um luxo funcional que ela defendia. No mesmo desfile, outra criação chamou atenção: a camiseta com a frase “Por que não houve grandes mulheres artistas”, que rapidamente entrou para a lista de peças-manifesto inesquecíveis da estilista.

Vestido estampado azul e branco com padrões botânicos, bolsa Dior e cenário iluminado ao fundo.

Foto: Desfile Dior Cruise 2020 (Reprodução/Vogue Runway)

4. locações incríveis

Chiuri desafiou a visão eurocêntrica da alta-costura. De Marrakesh a Kyoto, ela celebrou culturas diversas e colaborou com artesãos locais, promovendo inclusão e diálogo intercultural por meio da moda. Sua última coleção, Resort e Haute 2025, foi apresentada em Roma, sua cidade natal, nos jardins da Villa Torlonia. Ao final, foi aplaudida de pé por todos presentes. Save the best for last, não é mesmo?

Modelo com vestido brilhoso e detalhes elegantes caminha em passarela durante desfile noturno. Ligação com Maria Grazia Chiuri.

Foto: Desfile Dior Fall 2025 Couture (Reprodução/Vogue Runway)

5. a mulher dior

Sob Chiuri, a mulher Dior emergiu mais suave — uma figura que transitava entre uma personagem de conto de fadas com vestidos de tule transparente e uma deusa grega com sandálias de amarração. A estilista não criava roupas de luxo apenas por criar, mas contextualizava, evocando a arte em sua forma mais subjetiva e bela, criando espaço para o diálogo e a autoexpressão.

Modelo usa vestido rendado branco, criação inspirada por Maria Grazia Chiuri, durante desfile de moda.

Foto: Desfile Dior SS2023 (Reprodução/Vogue Runway)

6. o artesanato fala

A estilista expandiu o vocabulário do handmade: o feito à mão e o artesanato ganharam protagonismo em suas coleções. Chiuri colaborou diversas vezes com bordadeiras indianas, artesãs mexicanas e rendeiras italianas, que imprimiram suas visões e saberes tradicionais na identidade da maison.

7. celebridades no tapete vermelho

Ao longo de sua gestão, a estilista criou inúmeros looks para celebridades, explorando diferentes estilos e inspirações. De Cara Delevingne no Met Gala com um colete estampado com a frase “Peg the Patriarchy”, até a releitura do visual New Look, em homenagem a Monsieur Dior, usado por Yseult, Chiuri também deixou sua marca registrada nos tapetes vermelhos.

Com uma estética que privilegiou a delicadeza, a força e o pensamento crítico, Maria Grazia Chiuri encerra seu ciclo na Dior com a mesma firmeza com que começou: fiel às suas convicções. Em uma indústria em que o excesso muitas vezes dita o ritmo, ela nos lembrou que moda também pode ser manifesto — e que beleza e conforto, sim, podem caminhar lado a lado. O próximo capítulo da maison ainda é incerto, mas o legado de Chiuri já está garantido nas passarelas, nos armários e, sobretudo, na história.

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Fonte: Steal the Look

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