Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
5 de fevereiro de 2025
A Milano Fashion Week feminina marcada de 23 de fevereiro a 3 de março, na capital italiana da moda, promete ser intensa e festiva. O programa de desfiles está a ser amplamente renovado. Falta uma dezena de marcas, mas essas ausências são compensadas por oito novos nomes, como Fiorucci e K-Way e inúmeras marcas emergentes, três retornos – Giorgio Armani, MSGM e Blumarine – bem como desfiles de eventos, como o da Fendi celebrando o seu centenário e o da Dsquared2, que celebra o seu 30.º aniversário. Haverá ainda a presença do francês Charles de Vilmorin, que apresentará a sua coleção no âmbito de um projeto de intercâmbio com a Camera Nazionale della Moda Italiana (CNMI).

São, portanto, 55 desfiles físicos (incluindo da Emporio e Giorgio Armani duas vezes cada), que estão previstos para esta semana na cidade, em linha com os 55 desfiles de setembro passado, aos quais se somam, no dia de encerramento, seis desfiles em formato digital (Tokyo James, Maison Nencioni, Maxivive, Jacob Cohën, a marca de demi-couture napolitana Saman Loira pela primeira vez em exposição em Milão e Viapiave33). No total, a CNMI realiza 153 reuniões para a semana feminina, incluindo 65 apresentações, quatro apresentações com hora marcada e 23 eventos.
A Gucci abre o baile, terça-feira, 25 de fevereiro, com um desfile misto de moda masculina e feminina. Essa fórmula foi adotada por diversas maisons nesta temporada, que por isso não desfilaram na semana masculina, em janeiro. Além da Gucci, está a Dsquared2, marca de Dean e Dan Caten, que fechará esta rota de inauguração com um desfile e uma grande festa pelo seu 30.º aniversário, posicionando-se, pela primeira vez, no calendário feminino. A K-Way, que até agora aparecia na programação masculina, apenas no inverno, também entra na semana feminina com um desfile misto, ainda neste primeiro dia, comemorando os 60 anos.
A mesma fórmula para a Fendi, que desfilará no dia seguinte, na noite de 26 de fevereiro, na sede da Via Solari. O desfile será organizado sob a supervisão de Silvia Venturini Fendi, diretora criativa de acessórios e coleções de moda masculina, que também assinará a coleção de moda feminina, linha que está sem diretor criativo desde a saída de Kim Jones.
Entre os grandes retornos anunciados, o de Giorgio Armani, que desfilou em Nova York no outono passado, e regressa ao calendário milanês no domingo, 2 de março. Depois de pular uma temporada, a Blumarine está de volta na quinta-feira, 27 de fevereiro, com o seu novo diretor criativo David Koma. Por fim, a MSGM volta às passarelas milanesas no sábado, 1 de março, depois de te-la saltado o em setembro, optando por desfilar a sua coleção feminina em junho com a masculina para comemorar o seu 15.º aniversário.
Somado a isso está uma série de novos nomes. Começando pela Fiorucci, estilizada por Francesca Murri, que entra no calendário oficial no sábado, 1 de março, depois de ter organizado um primeiro desfile na temporada passada “off”. Mas também novos jovens talentos como Francesco Murano (27 anos). Fã de silhuetas estruturadas e minimalistas e de corpos esculturais, cresceu perto de Salerno, no sul da Itália, trabalhando ao lado de uma avó bordadeira e de uma tia costureira, antes de se mudar para Milão em 2016 para estudar Design de Moda na escola IED e lançar a primeira coleção em 2019.
Também do sul da Itália, mais precisamente da Calábria, Giuseppe di Morabito (32 anos) dará os primeiros passos nas passarelas no dia 28 de fevereiro. Após formação no Istituto Marangoni de Milão, fundou a sua maison em 2014. Cores, texturas, materiais preciosos e tratamentos sofisticados caracterizam as suas roupas de alta costura, cujo estilo contemporâneo sexy e pleno de glamour seduziu mais de uma celebridade, de Lady Gaga a Zendaya. Distribuída através de cerca de 180 revendedores, a sua marca caiu nas mãos do fundo de investimento italiano Style Capital, que assumiu uma participação de 80% em 2023, ficando o estilista homônimo com 20%.
Galib Gassanoff (30 anos), que colaborou durante sete anos com Luca Lin através do selo Act N°1, do qual se separou em fevereiro de 2023, segue carreira a solo com a sua nova marca Institution, que estreia no dia 25 de fevereiro e se define como um projeto sócio-artístico. De língua e cultura azeri, nascido na Geórgia, estabeleceu-se em Milão em 2012 graças a uma bolsa de estudos.

No domingo, 2 de março, Milão receberá pela primeira vez o peruano Jorge Luis Salinas, que cresceu em Gamarra, sede do centro têxtil mais importante do Peru. Formado pelo Philadelphia College of Textiles and Science, em 2016 fundou a sua marca J. Salinas, que funde savoir-faire tradicional e inovações tecnológicas, colaborando com comunidades de artesãos do seu país. No mesmo dia, vai desfilar a estilista chinesa Susan Fang apoiada pela Dolce & Gabbana, que foi anunciada em setembro passado, mas adiou o seu desfile para esta sessão de inverno.
Outra novidade, pela primeira vez a CNMI e a FHCM – Fédération de la Haute Couture et de la Mode criaram um intercâmbio para dar mais visibilidade a um dos seus jovens talentos. Do lado francês, Charles de Vilmorin apresentará a sua coleção em Milão durante esta Fashion Week no Fashion Hub, que reúne diversos projetos criativos apoiados pelas autoridades da moda italiana. Do lado italiano, Marco Rambaldi, especializado nomeadamente em malhas e que desfila na capital da moda italiana, terá a oportunidade de apresentar o seu trabalho no Sphere, showroom operado pela FHCM e apoiado pelo DEFI, durante a Paris Fashion Week de 5 a 11 de março.
Entre as ausências notáveis em Milão esta semana está a Bottega Veneta, em fase de transição com a chegada da sua nova diretora criativa Louise Trotter, que sucede a Matthieu Blazy, nomeado diretor da Chanel, e apresentará a primeira coleção na próxima temporada. A Boss, que desfila em Milão a cada duas temporadas, também estará de volta em setembro. Philosophy está fora porque está integrada na Alberta Ferretti. A designer e fundadora homônima se aposentou e deu lugar a Lorenzo Serafini, que até então estava à frente da linha jovem. Uma primeira coleção será apresentada na terça-feira, 25 de fevereiro.
Também está fora do calendário de desfiles o designer vietnamita Phan Dang Hoang e o designer chinês Mao Bao Bao da marca Chiccomao, que estreou em Milão na temporada passada, a Tokyo James, que optou pelo formato vídeo, bem como várias marcas jovens, que estarão de volta em setembro, como Federico Cina, The Attico e Andreadamo. Por fim, faltam outros três frequentadores habituais dos pódios milaneses: GCDS, Del Core e Rave Review.
A Milano Fashion Week poderá, no entanto, contar como sempre com as estrelas do Made in Italy com, quarta-feira, 26 de fevereiro, Jil Sander, Antonio Marras, Marni e Fendi; quinta-feira, 27, Roberto Cavalli, Etro, Max Mara e Prada; sexta-feira, 28, Moschino, Missoni, com o novo diretor criativo Alberto Caliri, e Versace, da qual há rumores de que este poderia muito bem ser o último desfile de Donatella Versace; e sábado, 1 de março, Dolce & Gabbana e Philipp Plein. A Gucci abrirá as festividades e Giorgio Armani as fechará.
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Fonte: Fashion Network