Milei avança para acabar com primárias na Argentina | Mundo

Por 162 votos a favor, 55 contra e 28 abstenções, a medida garante o fim das Paso somente para a eleição legislativa deste ano, prevista para agosto.

A proposta contou com a falta de unidade do bloco de oposição, União Pela Pátria, para ser aprovada. Com exceção do bloco da esquerda, em que todos os deputados votaram contra a suspensão, os demais partidos sofreram com pressões políticas internas e externas, vindas das províncias e dos líderes partidários, que os impediram de fechar um direcionamento único, favorecendo o governo.

O projeto original enviado ao Congresso pelo governo de Javier Milei previa uma ampla reforma eleitoral que acabava com as Paso, suspendia a publicidade gratuita nos meios de comunicação audiovisuais, acabava com o financiamento público das campanhas eleitorais e aumentava sem restrições os limites para o financiamento privado. O projeto foi sendo desidratado após semanas de negociações, e dos 60 artigos do projeto original, apenas 5 continuaram em pauta.

As Paso funcionam como uma etapa prévia das eleições argentinas, com dois objetivos principais: solucionar eventuais disputas internas entre pré-candidatos dentro dos partidos e, também, tirar legendas com pouco apoio popular da corrida eleitoral, já que aquelas que registram menos de 1,5% dos votos são impedidas de concorrer já no primeiro turno.

Durante as Paso, as coalizões apresentam todos os seus pré-candidatos aos cargos em disputa e o eleitor escolhe apenas um para cada posto. Isso quer dizer que uma mesma aliança pode indicar dois pré-candidatos para o mesmo cargo e colocar a popularidade deles à prova nas eleições primárias. O vencedor da disputa ganha a nomeação do partido.