Moda e luxo apostam cada vez mais na Design Week de Milão

Durante uma semana, todas as atenções estarão voltadas para Milão, que acolhe a Milan Design Week de 7 a 13 de abril. Este ano, o evento assume uma dimensão sem precedentes. Por um lado, o Salone del Mobile, a feira oficial, recebe mais de 2.100 expositores de 37 países em sua 63.ª edição, de 8 a 13 de abril, nos pavilhões da FieraMilano City. Por outro lado, o FuoriSalone, o programa “off” espalhado por toda a cidade, contará com mais de 1.650 iniciativas, +20,5% em relação ao ano passado, com a participação em peso de marcas de moda e de luxo, que buscam aproveitar este gigantesco evento e o burburinho que o rodeia para se promoverem.

A Camera Nazionale della Moda Italiana (CNMI), responsável pelo calendário da “Milano Moda Design”, anuncia 38 eventos com a participação de 29 marcas, 11 das quais apresentam as suas próprias linhas de casa, enquanto os outros eventos são iniciativas pontuais, geralmente em boutiques. Este ano, pela primeira vez, o calendário da CNMI inclui marcas como a Brioni, Buccellati, Jil Sander, Jimmy Choo e Louis Vuitton.

Muitos dos eventos organizados pela indústria da moda têm muito pouco a ver com o mundo do design, servindo principalmente como um álibi para participar e ser visto na Design Week. Com tantos eventos para escolher, as marcas mais prestigiadas, bem como as marcas de grande consumo, competem entre si para encontrar formas e ideias para se destacarem da multidão. Por exemplo, o varejista japonês Muji, em associação com designers da agência 5∙5, planejou erguer uma casa manifesto inspirada na arquitetura japonesa em um jardim público para esta edição de 2025.

Projetos específicos

Enquanto os grandes nomes do luxo estarão mais uma vez presentes com instalações de grande escala, como Hermès, Louis Vuitton, Giorgio Armani, Dolce & Gabbana, Versace, Missoni, Elie Saab e Karl Lagerfeld para revelar a sua “home collection”, outros optaram por projetos mais específicos, como a exposição “Saint Laurent – Charlotte Perriand”, a interessante iniciativa de bambu da Gucci, ou o simpósio multidisciplinar “Prada Frames” e o seu rico programa de conferências, que o grupo sediado em Milão organiza desde 2022 durante a Milan Design Week.

Este ano, várias empresas parecem estar privilegiando o aspecto experiencial e a dimensão humana. A Trussardi, por exemplo, transformará o showroom da sua linha de mobiliário para a casa numa espécie de salão de convívio, oferecendo ao público todo o tipo de eventos, incluindo workshops, shows, brunches e até uma corrida de bicicletas!

Em particular, a boutique recuperou o seu papel central, tornando-se um local de intercâmbio onde as pessoas podem mergulhar no mundo da marca através de um prisma inesperado. A Christian Dior, por exemplo, escolheu esta opção mais minimalista. Sem grandes instalações, apenas uma apresentação na loja de três vasos gigantes criados por Sam Baron, que estará presente durante uma manhã.

Outras maisons decidiram dar vida às suas lojas através de uma variedade de atividades. Como a MSGM, que transforma a sua loja numa espécie de salão cultural, acolhendo uma pop-up da livraria berlinense “Do you read me” e organizando debates. O fabricante de calçado Fratelli Rossetti propõe uma experiência culinária em colaboração com a empresa de conservas Casa Marrazzo e a chef Mimosa Misasi, com degustações no local.

Na Ferragamo, por exemplo, um artesão demonstrará, ao longo da semana, as diferentes etapas da criação do sapato masculino que é a assinatura da casa, enquanto a Etro mergulha a sua boutique na escuridão para apresentar uma viagem original à descoberta do Arnica, o seu tecido jacquard de assinatura com uma estampa Paisley.