Multitarefa na academia: a superprodutividade chegou ao mundo fitness?


Será que realmente precisamos fazer vários exercícios ao mesmo tempo na academia também? Fomos levados a acreditar que a multitarefa nos faz ganhar tempo. E talvez, nesta sociedade de ritmo acelerado, tenhamos nos acostumado a ser multitarefas. E podemos até fazer isso com sucesso. Mas a realidade é que o nosso cérebro está programado para fazer uma coisa de cada vez, e desafiá-lo pode ser prejudicial para o nosso bem-estar emocional. Até agora, isso tem acontecido principalmente no local de trabalho, mas se você acha que já tinha visto de tudo, estava muito enganado. Ou pelo menos foi o que pensei quando vi um vídeo no TikTok de uma pessoa correndo na esteira com uma barra – aparentemente bem pesada – nas costas. Minutos depois, outro vídeo apareceu mostrando alguém andando de costas com um haltere nas costas. O meu único pensamento foi: por quê?
Sinceramente, acredito que essa prática parece não apenas perigosa, mas também prejudicial. Mas até que ponto isso é verdade? “É claro que, ao fazer esse tipo de exercício, podemos economizar tempo, mas o foco em um bom treino não deve estar nisso, e sim em encontrar um equilíbrio no desenvolvimento das capacidades físicas por meio de um treino variado e integral”, afirma Álex García, diretor do Fit Club Madrid.
Fazer vários exercícios ao mesmo tempo aumenta o risco de lesões, dizem especialistas
Pexels/Jonathan Borba
Então, o que é multitarefa fitness e quão prejudicial ela é?
Bem, como já explicamos, significa se tornar exatamente isso: um multitarefa, fazendo vários exercícios ao mesmo tempo, como, além dos já mencionados, levantar pesos enquanto corre na esteira. “Essas práticas não são produtivas a menos que sejam freitas para uma atividade ou propósito específico. A taxa de lesões é bem alta comparada aos benefícios que podem ser obtidos”, diz o especialista.
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No entanto, é importante diferenciar este tipo de prática dos exercícios compostos que, quando realizados com segurança, podem ser benéficos. Esses tipos de movimentos trabalham vários grupos musculares ao mesmo tempo e também podem ser intensificados para aumentar a frequência cardíaca. Por exemplo, fazer burpees trabalha seus braços, seu abdômen e suas pernas e, se feito no ritmo certo, você também está melhorando sua aptidão cardiovascular. Os agachamentos com salto são também um bom exemplo de exercícios compostos. No entanto, fazer exercícios de força na esteira não é exatamente a melhor forma de trabalhar vários músculos e sistemas ao mesmo tempo.
Correr com peso ou “rucking” é uma tendência cada vez mais difundida
Pexels/Edward Eyer
E se decidirmos correr com peso?
Essa tendência é chamada de ‘rucking’ e está ganhando cada vez mais adeptos entre corredores e atletas que buscam melhorar seu desempenho. Consiste em adicionar uma carga extra ao corpo durante a corrida, o que aumenta as exigências físicas. “Se, por exemplo, corrermos com um colete de peso, o peso estaria preso ao corpo, então o foco estaria somente em correr e, portanto, em ter o melhor desempenho possível. Se aumentarmos a carga, aumentamos o esforço, tornando a atividade mais intensa, e acabaríamos nos adaptando a esse peso extra. Dessa forma, quando corremos sem o colete, notaríamos uma melhora tanto na agilidade quanto na velocidade”, explica Álex García.
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*Matéria originalmente publicada na Glamour Espanha

Fonte: Glamour

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