Na minha opinião, esses são 15 dos melhores filmes brasileiros que existem » STEAL THE LOOK

Hoje, 19 de junho, é celebrado o Dia do Cinema Nacional. Como uma amante da sétima arte produzida por brasileiros e para brasileiros, e que também conquista o mundo, aproveitei a data para reunir 15 dos melhores filmes brasileiros em uma lista especial, montada com muito carinho e admiração. Tem drama, comédia, muita crítica social, histórias reais e tramas que arrancam lágrimas do começo ao fim — seja de rir, de se emocionar ou de se revoltar. Para conferir a seleção completa com títulos obrigatórios, é só seguir lendo.

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Pôster do filme

Foto: Ainda Estou Aqui (Reprodução/Divulgação)

os melhores filmes brasileiros

ainda estou aqui

Não seria justo iniciar esta lista sem uma indicação obrigatória: “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, que neste ano conquistou o primeiro Oscar de Melhor Filme Internacional para o Brasil, além de ter recebido outras duas indicações e vencido festivais aclamados, como o Festival de Veneza e o Globo de Ouro.

Adaptado do livro “Ainda Estou Aqui”, de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a trajetória real de Eunice Paiva (Fernanda Torres), que luta por justiça após o desaparecimento do seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello), pai de Marcelo, durante a ditadura militar no Rio de Janeiro. É um retrato sensível que, mesmo sem mostrar diretamente a violência, transita entre a alegria e a tristeza com uma intensidade que emociona profundamente em quase todas as cenas.

Cartaz do filme

Foto: Bacurau (Reprodução/Divulgação)

bacurau

Dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, “Bacurau” é, sem dúvidas, um dos melhores filmes brasileiros. A produção mistura, de forma ousada, elementos de faroeste, ficção científica e uma crítica política afiada. A história se passa em um pequeno povoado do sertão que, após a morte de uma moradora muito querida, enfrenta uma série de acontecimentos estranhos. Os moradores percebem que Bacurau desapareceu dos mapas digitais e que algo muito errado está prestes a acontecer. Drones começam a sobrevoar a região, carros são baleados e corpos aparecem sem explicação. É um filme sobre memória, raízes e sobrevivência. Mas, acima de tudo, é um alerta sobre como o abandono, o colonialismo moderno e a violência estrutural seguem ameaçando quem resiste às margens do poder.

Mulher sorrindo acaricia jovem deitado em seu colo. Cartaz do filme

Foto: Que Horas Ela Volta? (Reprodução/Divulgação)

que horas ela volta?

“Que Horas Ela Volta?” é um filme nacional dirigido por Anna Muylaert, que tem Val (Regina Casé) como protagonista. Ela é uma empregada doméstica que trabalha há anos para uma família de classe alta em São Paulo e acaba tendo sua rotina transformada quando sua filha, Jéssica (Camila Márdila), vem do Recife para prestar vestibular. Val, antes vista como “parte da família”, dentro dos limites impostos pelo seu papel na casa, começa a perceber como essa relação tem fronteiras bem definidas. A postura confiante da filha, que se recusa a ocupar o mesmo lugar submisso da mãe, expõe o desconforto e escancara as desigualdades naturalizadas nas relações entre patrões e empregados. É um filme direto, potente e necessário quando falamos sobre construção de sociedade.

Cantor performático com chapéu e microfone no palco. Filme biográfico brasileiro sobre música e identidade.

Foto: Homem com H (Reprodução/Divulgação)

homem com H

Para amantes do cinema nacional, acredito que você também seja da nossa música. “Homem com H” é uma cinebiografia sobre a trajetória de Ney Matogrosso, interpretado por Jesuíta Barbosa, que dá vida ao artista com impressionante entrega e sensibilidade, como uma encarnação mesmo. Dirigido por Esmir Filho, o filme acompanha Ney desde a infância, passando pelos Secos & Molhados, até os desafios da carreira solo e da vida pessoal. A trama é tocante, intensa e um mergulho na história de um dos maiores nomes da música do Brasil. Atualmente, é a cinebiografia brasileira mais bem avaliada no Letterboxd.

Grupo de jovens armados em fundo vermelho, acima do título

Foto: Cidade de Deus (Reprodução/Divulgação)

cidade de deus

Um dos maiores clássicos, senão o maior, do cinema nacional, “Cidade de Deus” é reconhecido internacionalmente e elevou o Brasil a um novo patamar na sétima arte. Baseado no livro de Paulo Lins, o filme narra a ascensão do crime organizado em uma comunidade da Zona Oeste do Rio de Janeiro. O olhar de Buscapé (Alexandre Rodrigues), um jovem tímido que sonha em ser fotógrafo, conduz a narrativa com sensibilidade em meio ao caos. Sua perspectiva revela a violência, os ciclos de poder e a luta por sobrevivência em um lugar onde crescer é, muitas vezes, questão de sorte. Dirigido por Fernando Meirelles e codirigido por Kátia Lund, o filme foi indicado a quatro Oscars e segue, até hoje, como uma das produções mais impactantes e memoráveis do cinema brasileiro. Apesar de ser uma obra de arte, não é um filme para qualquer espectador — sua violência é escancarada e retrata de forma cruel a realidade que ainda permeia o país.

Soldado em uniforme militar com a inscrição

Foto: Tropa de Elite (Reprodução/Divulgação)

tropa de elite

Polêmico, emblemático e que divide opiniões, “Tropa de Elite” é um filme que, arrisco dizer, quem não gostou talvez não tenha compreendido completamente a crítica por trás da narrativa. Dirigido por José Padilha e protagonizado por Wagner Moura no papel do Capitão Nascimento, o longa acompanha a rotina do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), a famosa tropa de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A trama revela os bastidores da violência urbana, da corrupção sistêmica e do colapso das instituições com realismo e intensidade. O sucesso foi tanto que o filme ganhou uma continuação, “Tropa de Elite 2”, que aprofunda ainda mais as questões políticas e estruturais do sistema de segurança pública brasileiro — e que, assim como o primeiro, merece total indicação.

Sonia Braga em cena do filme

Foto: Aquarius (Reprodução/Divulgação)

aquarius

Ainda sobre críticas sociais — que, como você já deve ter percebido, é um lado para o qual eu tendo mais — “Aquarius” é um filme dirigido por Kleber Mendonça Filho que fala sobre resistência, memória e revela, na prática, como funciona a especulação imobiliária no Brasil. A trama gira em torno de Clara (Sônia Braga), uma jornalista aposentada e única moradora restante de um antigo edifício à beira-mar no Recife, o Edifício Aquarius. Enquanto todos os vizinhos já venderam seus apartamentos, Clara resiste até a última gota. Mas acaba sendo pressionada de diversas formas pela construtora, que insiste em comprar o prédio. Além de a história ser muito bem contada e a fotografia impecável, a atuação de Sônia Braga dispensa apresentações.

Cartaz do filme

Foto: Cazuza: O Tempo Não Para (Reprodução/Divulgação)

cazuza: o tempo não para

Dentre as cinebiografias que merecem aplausos de pé, “Cazuza: O Tempo Não Para” não poderia ficar de fora dessa. Lançado em 2004, o filme leva o nome do cantor e também do seu último álbum em vida, e reconstrói, com sensibilidade e intensidade, a trajetória de um dos maiores ícones do rock nacional, o nosso eterno exagerado. Dirigido por Sandra Werneck e Walter Carvalho, a produção conta com Daniel de Oliveira em uma atuação memorável, que capta com precisão toda a força, vulnerabilidade e rebeldia de Agenor de Miranda Araújo Neto, também conhecido como Cazuza.

A trama acompanha sua jornada desde a entrada no Barão Vermelho até o sucesso da carreira solo, passando pelos amores, os excessos e, por fim, a luta contra o HIV — em uma época em que o vírus ainda era cercado de desinformação e preconceito.

Pôster de

Foto: O Homem do Futuro (Reprodução/Divulgação)

o homem do futuro

Partindo para uma proposta mais leve, que mistura ficção científica e comédia romântica, “O Homem do Futuro” é daqueles filmes que conquistam pela originalidade do roteiro e pelo carisma do elenco. Lançado em 2011, o longa conta com Wagner Moura no papel de Zero, um cientista amargurado que, por acidente, descobre uma forma de viajar no tempo. Do outro lado da trama está Helena (Alinne Moraes), a mulher que ele tenta reconquistar ao corrigir um trauma do passado: o dia em que foi humilhado publicamente e a perdeu.

Como toda boa história de viagem no tempo, a tentativa de mudar o passado vem acompanhada de erros, acertos e muitas consequências inesperadas — tudo embalado por uma narrativa envolvente, comfy e, claro, com atores que a gente ama.

Personagens do filme

Foto: Minha Mãe É Uma Peça (Reprodução/Divulgação)

minha mãe é uma peça

Nosso eterno Paulo Gustavo criou Dona Hermínia primeiro nos palcos, em uma peça inspirada em sua própria mãe, que rapidamente conquistou plateias pelo país. O sucesso foi tanto que a personagem ganhou as telas do cinema em “Minha Mãe é uma Peça”, lançado em 2013, e se transformou em um fenômeno ainda maior. O filme teve duas continuações: “Minha Mãe é uma Peça 2”, em 2016, e “Minha Mãe é uma Peça 3”, em 2019, que se tornou a maior bilheteria da história do cinema nacional.

A história gira em torno de uma mãe superprotetora, intensa e hilária, assim como Paulo Gustavo era. Dona Hermínia se vê perdida quando os filhos decidem sair de casa e, a partir disso, relembra com humor, exagero e muito afeto os desafios e alegrias da maternidade. A gente ri, chora e, acima de tudo, enxerga as nossas próprias mães em Dona Hermínia.

Cartaz do filme

Foto: De Pernas pro Ar (Reprodução/Divulgação)

de pernas pro ar

Se você também é do time que não resiste a uma boa comédia, aqui vai mais uma indicação certeira do gênero. “De Pernas pro Ar” é aquele tipo de filme perfeito para dias em que tudo o que você precisa é rir sem culpa, com uma trama leve, divertida e escrachada na medida certa. A história gira em torno de Alice (Ingrid Guimarães), uma mulher workaholic que vê sua vida virar de cabeça para baixo após perder tudo em um único dia, mas que encontra nessa crise a chance de se reinventar. É aí que ela decide empreender — e por que não no mercado erótico? — ao lado da vizinha descolada.

O sucesso foi tanto que o longa ganhou duas continuações, que seguem a mesma linha bem-humorada e merecem entrar na sua lista também.

Cartaz do filme

Foto: O Auto da Compadecida (Reprodução/Divulgação)

o auto da compadecida

Outro clássico do cinema nacional e das sessões da tarde é “O Auto da Compadecida”. Baseado na obra de Ariano Suassuna, o filme foi lançado em 2000 e mistura comédia, drama e crítica social em um enredo ambientado no sertão nordestino. A trama acompanha João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello), dois homens que enfrentam as injustiças da vida com esperteza, fé e muito bom humor, em cenas que se tornaram parte do imaginário popular. A produção foi sucesso absoluto de público e crítica, conquistando prêmios de melhor direção, roteiro e atuação no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.

Mais de duas décadas depois, em dezembro de 2024, a dupla voltou às telas em “O Auto da Compadecida 2”, novamente sob direção de Guel Arraes e com Nachtergaele e Mello reprisando seus papéis.

Pessoas aglomeradas em um pátio, associadas ao filme

Foto: Carandiru (Reprodução/Divulgação)

carandiru

Já “Carandiru” é uma trama real, baseada no livro do médico Drauzio Varella, que atuou como voluntário no extinto presídio de São Paulo. Com um olhar sensível, respeitoso e profundamente humano, o filme se distancia da abordagem convencional sobre criminalidade para apresentar as histórias dos detentos com afeto, complexidade e empatia. A produção mergulha em questões sociais e estruturais do país, revelando as origens, os conflitos e os vínculos desses personagens até culminar no massacre ocorrido no presídio em 1992. É um verdadeiro soco no estômago — assim como “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite”, é um filme necessário, mas que não é para qualquer um.

Mulher e menino de mãos dadas, em uma estrada deserta, ao pôr do sol. Texto: Central do Brasil.

Foto: Central do Brasil (Reprodução/Divulgação)

central do brasil 

Um dos maiores premiados do cinema nacional, “Central do Brasil”, dirigido por Walter Salles em 1998, apresenta a história de Dora (Fernanda Montenegro), uma ex-professora que ganha a vida escrevendo cartas para analfabetos na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Sua rotina muda completamente ao conhecer Josué, um menino que acabou de perder a mãe e parte em busca do pai no interior do país.

A trama é um retrato sensível do Brasil do final dos anos 1990, revelando as desigualdades sociais e a construção de laços improváveis em meio às adversidades. A atuação de Fernanda Montenegro foi tão impactante que lhe garantiu uma indicação histórica ao Oscar de Melhor Atriz — a primeira brasileira a conquistar esse feito. “Central do Brasil” também foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim.

Cartaz do filme

Foto: Nosso Sonho (Reprodução/Divulgação)

nosso sonho

Para fecharmos essa lista de melhores filmes brasileiros, a minha última indicação, que me rendeu lágrimas do início ao fim, é “Nosso Sonho”, estrelado por Lucas Penteado e Juan Paiva nos papéis de Claudinho e Buchecha. O drama biográfico conta a história da dupla, famosa por popularizar o funk melody no Brasil, desde a infância dos dois em São Gonçalo até o auge do sucesso nos anos 1990, destacando a força da amizade, da música e da superação em meio às dificuldades. Para quem cresceu ouvindo os maiores hits da dupla, como eu, é impossível não se emocionar com cada cena. O filme é uma celebração calorosa de uma trajetória que marcou gerações e uma linda homenagem ao eterno Claudinho, que infelizmente não está mais entre nós, mas é retratado com muito carinho e respeito tanto para a música quanto para o cinema nacional.

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Fonte: Steal the Look

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