Natura se desfaz de parte da Avon em seis países da América Central

A Natura oficializou a venda das operações da Avon em seis países da América Central — Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana — ao Grupo PDC, empresa de bens de consumo com atuação regional e no Peru. O acordo, firmado por valor simbólico de 1 dólar e acrescido de um recebível de 22 milhões de dólares, faz parte do processo de reestruturação da companhia brasileira, que busca reduzir custos e simplificar sua estrutura. O fechamento está previsto até 30 de outubro, condicionado a ajustes societários locais.

Embora se desfaça do controle direto das operações, a Natura continuará presente na região por meio de licenciamento da marca Avon e fornecimento de produtos acabados. A estratégia reflete a tentativa da empresa de manter participação comercial nesses mercados, mesmo após o desinvestimento. O movimento já era esperado pelo mercado, visto que a companhia vinha sinalizando a intenção de vender ativos internacionais da Avon desde o ano passado.

Os números financeiros ajudam a explicar a decisão. No primeiro semestre, as operações descontinuadas da Avon Internacional consumiram R$ 1,7 bilhão do caixa, reduzindo a posição consolidada em cerca de R$ 750 milhões. Ainda assim, a Natura registrou lucro líquido de R$ 195 milhões no segundo trimestre, revertendo prejuízo do mesmo período do ano anterior, embora a receita líquida tenha encolhido 1,7%, para R$ 5,7 bilhões.

Apesar das dificuldades, a companhia aposta no potencial do mercado mexicano, onde a Avon é consolidada e considerada estratégica para o crescimento regional. Segundo o CEO João Paulo Ferreira, em encontro com investidores realizado em junho de 2025, a presença da marca no México fortalece a base de consultoras e amplia a capacidade de penetração da Natura na América Latina, região que seguirá como prioridade nos próximos passos da empresa.