O chique puro e polido da Pantelleria de Giorgio Armani conclui a Semana da Moda de Milão

Embora ausente de seu desfile, Giorgio Armani encerrou a temporada de moda masculina de Milão Primavera 2026 com classe, apresentando uma coleção pura e refinada, claramente influenciada pelo tempo que passou em sua ilha natal, Pantelleria.

O convite e o cenário eram de um azul-marinho claro, como o Mediterrâneo que circunda Pantelleria, a ilha mais ao sul da Itália, localizada entre a Sicília e a Tunísia.

Embora Giorgio tenha trabalhado uma gama completa de suas famosas cores neutras, desde cimento claro, lama macia ou ardósia clara, até belos tons vibrantes – como violetas puros ou o roxo Clongowes Wood.

Raramente uma coleção de Giorgio Armani foi construída com tecidos tão leves: sedas finas como sussurros, linhos leves e malhas quase transparentes.

Ele realizou o desfile em seu espaço de exposição projetado por Tadao Ando, ao sul de Milão, e o abriu com meia dúzia de casais com calças largas e casacos trespassados ​​de lapela larga ou gola xale.

Nada apertado nesta coleção, onde a maioria das calças tinha pregas invertidas e os casacos eram todos bem largos. O clima era tão descontraído que metade dos cintos eram feitos de corda ou couro trançado.

Um toque de estilo caribenho também, com ternos de linho branco de três peças, típicos de proprietários de plantações de rum, chapéus de trama solta, bonés e sandálias de ráfia.

O estilista também brincou brilhantemente com o couro: couro de papel em trench coats ou jerkins, vitelo trançado em cardigãs de camurça ou pele de cordeiro em jaquetas bomber.

A novidade: estampas jacquard em uma rica seleção de peças, incluindo ziguezagues, tramas pintadas, ondas e motivos ikat, antes de culminar com dois casais em smokings desconstruídos, ambos a cara da elegância moderna.

E Armani também teve a primeira fila mais elegante da temporada, com atores talentosos como o astro de The White Lotus, Jason Isaacs, o ator mestre Giancarlo Esposito, Max Minghella, de The Handmaid’s Tale, ao lado do renomado dançarino Sergio Bernal Alonso e do badalado chef londrino Jackson Boxer.

Na sexta-feira, 20 de junho, a grife anunciou que Armani estava “convalescendo em casa” e perderia tanto o desfile da Emporio no sábado quanto o desfile de segunda-feira. Em seu lugar, seu braço direito, Leo Dell’Orco, fez a reverência em ambos os eventos.

“É normal que eu faça uma reverência às vezes. Já fiz isso antes com o Giorgio. Só queremos que ele descanse e volte logo”, observou Dell’Orco com um sorriso modesto.

Suspeita-se que, se o mestre estivesse presente, este desfile elegante provavelmente teria recebido uma edição mais rigorosa, talvez um pouco menos divagante. Dito isso, o clima foi surpreendentemente positivo, realçado pela trilha sonora animada que incluía uma melodia tropical elegíaca, “Amazonia”, de Jesus Escalante, e “Ti Voglio Bene”, de René Aubry. E as modelos claramente pareciam ter adorado as roupas, como se não quisessem tirá-las. Sempre um bom sinal.

“Queríamos frescor, e acho que conseguimos. Os casacos eram diferentes uns dos outros. Tudo um pouco mais leve, e as calças mais largas com pregas em formato de lágrima. Pijamas que você usa facilmente durante o dia. Lembre-se, estou aqui há 45 anos. Acredito que nesse tempo todos nós aprendemos um pouco”, acrescentou Dell’Orco.

A próxima parada é a alta-costura de Paris, onde o imperador da moda italiana apresentará a Armani Privé na terça-feira, 8 de julho.