A blefaroplastia, cirurgia plástica que corrige o excesso de pele e bolsas na região das pálpebras, está entre os procedimentos mais realizados no mundo. Segundo o relatório mais recente da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), publicado em 2024, o Brasil lidera o ranking global de cirurgias plásticas estéticas, com 2,35 milhões de operações realizadas no último ano. No recorte facial, há uma tendência de crescimento em procedimentos como lifting, enxertos de gordura e a própria blefaroplastia — todos acompanhados pelo aumento do interesse em intervenções não cirúrgicas, como botox e ácido hialurônico, que somaram mais de 14 milhões de aplicações no mesmo período.
Quem busca pela blefaroplastia hoje em dia?
No caso específico da blefaroplastia, os motivos que levam pacientes a buscar o procedimento são variados. Além do rejuvenescimento do olhar e da suavização do aspecto de cansaço, em alguns casos a cirurgia tem impacto funcional direto. “Quando há excesso de pele importante, a blefaroplastia pode ampliar o campo de visão e melhorar o conforto em tarefas cotidianas”, explica a cirurgiã plástica Camila Tlustak Soares, da Clínica Dominique, em Porto Alegre (RS), onde atua em parceria com o Dr. Felipe Simões Pires.
Antigamente, a cirurgia era indicada sobretudo para pessoas acima dos 50 anos, quando a flacidez já é mais evidente. Hoje, o público é mais diverso e inclui pacientes a partir dos 30 anos que desejam prevenir sinais precoces de envelhecimento ou corrigir bolsas de gordura. A especialista destaca, no entanto, que a avaliação individual é fundamental: cada caso deve ser planejado de acordo com a anatomia e as necessidades da pessoa.
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Foto: O que é a belafaoplastia e o que você precisa saber sobre a cirurgia (Reprodução/Pinterest)
Quais são as técnicas utilizadas?
Se, no passado, a blefaroplastia era associada a resultados artificiais por causa da retirada ampla de pele e gordura, hoje o conceito é diferente. “O objetivo não é mais remover em excesso, mas reposicionar estruturas, preservando o volume natural e a expressão do rosto”, afirma Camila. Essa mudança foi possível graças ao avanço dos instrumentos cirúrgicos, que permitem maior precisão, melhor controle do sangramento e redução de inchaço e cicatrizes.
A cirurgia pode ser realizada tanto na pálpebra superior quanto na inferior, cada uma com técnicas específicas. “Na superior, geralmente retiramos o excesso de pele e, quando necessário, um pouco da gordura, com a cicatriz escondida no sulco palpebral”, explica. “Já na inferior, o foco está nas bolsas de gordura e na flacidez. A incisão pode ser rente aos cílios ou, em casos em que só há excesso de gordura, feita por dentro da pálpebra, o que a torna praticamente imperceptível.”
Pós-operatório e cuidados
A blefaroplastia é considerada uma cirurgia de pequeno porte, normalmente realizada em nível ambulatorial. O pós-operatório costuma ser bem tolerado, mas envolve atenção especial nos primeiros dias. Entre as recomendações estão fazer compressas frias nas primeiras 48 horas, evitar esforço físico por cerca de 15 dias, não se expor ao sol para prevenir manchas e dormir com a cabeceira elevada para reduzir o inchaço. “Também orientamos o uso de colírios e pomadas para manter a lubrificação ocular, o que ajuda na recuperação”, reforça Camila.
Foto: Resultado antes e depois de uma cirurgia de blefaroplastia (Reprodução)
Riscos e limitações
Assim como qualquer intervenção cirúrgica, a blefaroplastia envolve riscos, que vão desde hematomas e infecções até alterações temporárias na sensibilidade local. A escolha de um profissional qualificado e o cumprimento rigoroso das orientações médicas são determinantes para a segurança e para o resultado. Outro ponto importante é alinhar expectativas: a cirurgia suaviza sinais de envelhecimento, mas não interrompe o processo natural.
Naturalidade em foco
A busca por resultados sutis acompanha uma mudança cultural no campo da cirurgia plástica. “Hoje, pacientes e cirurgiões têm em comum a prioridade pela naturalidade. Não queremos mudar a expressão, mas devolver sinais de jovialidade ao olhar”, resume Camila.
Valores
Sobre valores, Camila reforça que não existe um preço fixo. “O custo varia bastante, porque depende do planejamento individual: se será apenas a pálpebra superior, se vamos associar também a inferior ou ainda combinar a cirurgia com outras tecnologias para melhorar a qualidade da pele. Por isso, sempre indico uma avaliação presencial para definir um orçamento adequado a cada caso”, destaca.
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Fonte: Steal the Look
