A OpenAI estaria considerando dar direitos de voto especiais ao conselho da organização sem fins lucrativos que controla a empresa. O movimento uma forma de impedir novas tentativas de comprar a companhia. Na semana passada, Elon Musk e investidores ofereceram US$ 97,4 bilhões. As informações são do Financial Times.
Antes de explicar a estratégia, é bom ter em mente como a OpenAI está estruturada hoje. Existe uma organização sem fins lucrativos chamada OpenAI e uma empresa com lucros limitados, fundada posteriormente, chamada OpenAI LP. O braço sem fins lucrativos controla a companhia, que também tem outros investidores.
Em dezembro de 2024, a OpenAI anunciou planos para se tornar uma corporação de benefício público (PBC, na sigla em inglês), passando a considerar os interesses dos investidores. A organização sem fins lucrativos OpenAI continuaria existindo, mas dedicada a obras de caridade, sem supervisionar a empresa OpenAI.
Qual a estratégia da OpenAI contra Musk e compradores?
Com direitos especiais de voto, o conselho da organização sem fins lucrativos OpenAI poderia tomar decisões sem ouvir outros investidores, como a Microsoft e o SoftBank. Estes direitos permaneceriam com a organização após a transição para o modelo com fins lucrativos. Assim, seria possível seguir recusando propostas.
Qual o interesse de Musk na OpenAI?
A OpenAI é a desenvolvedora do ChatGPT e uma das empresas mais relevantes no mercado de inteligência artificial generativa. Isso, por si só, já a torna um alvo para investidores. Mas a oferta de Musk vai além disso.
O bilionário dono do X (antigo Twitter), da Tesla e da SpaceX foi um dos fundadores da OpenAI, mas se afastou em 2018. Nos últimos anos, ele vem acusando a organização de fugir de seu objetivo original: desenvolver a IA de maneira aberta, para benefício da humanidade.
A transição da OpenAI para o modelo com fins lucrativos envolve uma compensação para a organização OpenAI. Ao fazer uma oferta, Musk cria problemas neste processo. Como explica o TechCrunch, autoridades dos Estados Unidos estão investigando a transição da OpenAI, e isso envolve analisar as ofertas pela empresa.
Caso a organização venda sua parte na empresa para a nova OpenAI, ela terá que justificar que não está negociando sua fatia a um valor menor para um insider (como Sam Altman, atual CEO) e desconsiderando ofertas mais vantajosas (como a de Musk).
Musk também prometeu retirar a oferta caso a OpenAI desista de seus planos de se tornar uma empresa com fins lucrativos. Seja como for, o processo de transição ficou mais complicado.
Com informações da Fortune e do TechCrunch
Fonte: Tecnoblog
