Os figurinos mais icônicos de Ney Matogrosso ao longo das décadas » STEAL THE LOOK

Desde o lançamento de “Homem com H”, cinebiografia sobre a vida e carreira de Ney Matogrosso, o sucesso foi imediato. Com estreia nos cinemas em 1º de maio, o longa já ultrapassou a marca de 600 mil espectadores e arrecadou mais de R$ 13 milhões em bilheteria, segundo dados do Omelete. Agora, com mais de 10 dias no catálogo da Netflix, o filme segue como o mais assistido do momento, reafirmando o fascínio que Ney exerce sobre diferentes gerações.

Não é de se surpreender que o mundo se encante — e se choque — ao conhecer um dos maiores nomes da música brasileira, que continua muito à frente do seu tempo. Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, Ney construiu uma trajetória sólida que une, além da música, o teatro, a política, a sensualidade e, claro, a moda. Seus figurinos são tão marcantes quanto sua voz e é sobre eles que vamos falar hoje. Veja a seguir:

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os figurinos mais icônicos de ney matogrosso

Secos e Molhados, 1971 a 1974

Para começarmos essa lista dos figurinos mais icônicos de Ney Matogrosso, é impossível não mencionar Secos e Molhados, a primeira banda em que Ney subiu aos palcos, marcando sua estreia no cenário musical brasileiro como a figura emblemática que conhecemos até hoje.

O grupo, formado por João Ricardo, Gerson Conrad e Ney Matogrosso, teve uma trajetória breve (1971-1974), mas foi suficiente para deixar sua marca na história da música brasileira com dois discos lançados.

O figurino dos Secos e Molhados era uma revolução por si só: maquiagens teatrais e contrastantes, adornos tribais como colares de contas e dentes, braceletes cilíndricos, penas no cabelo e até um “tapa-sex” com crinas penduradas compunham o visual ousado que Ney levou aos palcos com intensidade e presença.

Mais do que estética, o visual era um manifesto. Surgido em plena ditadura militar, o grupo foi uma resposta direta à repressão da época, um grito performático de transgressão, liberdade sexual e questionamento à sobriedade autoritária do regime. Ney Matogrosso, com sua voz aguda, corpo em movimento e visual provocador, inaugurava ali uma nova forma de se fazer música no país.

Água do Céu – Pássaro, 1975

No ano seguinte ao fim dos Secos e Molhados, Ney Matogrosso deu início à sua carreira solo com o espetáculo “Água do Céu – Pássaro”, lançado em 1975. Foi nesse show que surgiu um dos figurinos mais ousados da sua trajetória: praticamente nu, Ney subia ao palco com o corpo coberto apenas por adereços cênicos, como ombreiras marcantes, cocar, chifres e uma tanga mínima, cobrindo apenas o necessário. O visual, de inspiração animalesca, teatral e profundamente provocativa, foi criado em parceria com o artista plástico Luiz Carlos de Moraes, responsável por muitos dos looks mais impactantes e transgressores usados por Ney ao longo dos anos 70.

Bandido, 1976

Já em 1976, foi a vez do espetáculo “Bandido”, em que o artista “deixou de ser bicho para ser gente”, como é citado em sua cinebiografia. Nesse show, Ney apostava em uma estética mais urbana, misturando elementos tradicionalmente masculinos e femininos, mas sempre com a mesma liberdade para explorar o corpo como linguagem. O figurino era composto por chapéu fedora, uma espécie de faixa ou lenço branco com uma rosa vermelha, brinco de argola, muitos colares, braceletes, franjas, cintos cheios de adereços, uma calça completamente colada ao corpo e botas over the knee. Ele começava o show coberto por essas camadas e, aos poucos, ia se despindo até terminar praticamente nu, como uma performance da própria liberdade.

Homem Com H (Fantástico, 1981)

Um dos maiores hits da carreira de Ney Matogrosso e que, anos depois, batizaria sua cinebiografia “Homem com H” foi composta por Gonzaguinha e passou pelas mãos de vários intérpretes até encontrar em Ney sua voz definitiva, transformando a canção em um verdadeiro hino da música brasileira, desconstruindo estereótipos de masculinidade com ironia e potência.

A primeira vez que a performance foi televisionada foi no Fantástico, em 1981. Para esse momento histórico, Ney surgiu com um figurino que, embora ainda performático, era visivelmente mais contido em relação aos visuais animalescos e sensuais que ele usava nos palcos. Afinal, tratava-se de uma exibição em rede nacional, em horário nobre, com uma televisão ainda bastante conservadora.

O look era todo branco, composto por uma calça justa e um top feito com franjas longas, que se movimentavam conforme ele dançava, criando um efeito visual marcante mesmo sem mostrar tanta pele. Para compor, braceletes metálicos, olhos carregados — mas não mais do que em fases anteriores — e batom vermelho.

Foto: Ney Matogrosso (Reprodução/TV Globo)

Festival dos Festivais, da TV Globo, em 1985

Outro momento icônico na trajetória de Ney Matogrosso aconteceu no Festival dos Festivais, exibido pela TV Globo em 1985. Usando apenas uma tanga adornada com penas e miçangas, com o corpo coberto de glitter e uma penugem no topo da cabeça, ele fez referência direta à ancestralidade indígena e à teatralidade performática que sempre o acompanharam.

Foto: Ney Matogrosso (Reprodução/Divulgação)

Atento aos Sinais, 2013

Em uma das suas fases mais recentes, em 2013, o show “Atento aos Sinais” reafirma Ney Matogrosso com o corpo em movimento e a voz inconfundível de sempre. E, como não poderia faltar, o figurino é um verdadeiro espetáculo à parte. Desta vez, ele investiu em um macacão metalizado, colado ao corpo, repleto de brilho, acompanhado de adereços que remetem à sua era futurista. As peças foram assinadas por Ocimar Versolato e Eloise Kazan.

Bloco na Rua, 2019 –

Aos 83 anos, Ney Matogrosso segue firme nos palcos com o espetáculo “Bloco na Rua”, que estreou em 2019. O show combina força, política, performance e, claro, um figurino marcante. Assinado por Lino Villaventura, figurinista de longa data do cantor, o look une tecidos vibrantes, muita textura, glam e acessórios impactantes — todos alinhados com a estética futurista que sempre permeou sua carreira. Seu visual continua potente e coerente ao longo das décadas, do primeiro show até hoje.

E agora eu quero saber: você curtiu conhecer mais da história de Ney Matogrosso através dos seus figurinos mais icônicos? Conta pra gente!

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Fonte: Steal the Look

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