Uma bibliotecária, uma estrela de cinema e um jornalista de fofocas: são várias as teorias sobre quem batizou o prêmio da Academia de Ciências e Artes de Hollywood com o apelido que o consagrou – Oscar. O prêmio era originalmente chamado de “Academy Award Merit” (Prêmio de Mérito da Academia, em tradução livre).
A teoria mais aceita envolve uma bibliotecária da Academia, Margareth Herrick (1902-1976), que ao ver a estatueta pela primeira vez teria dito que o prêmio se parecia com seu “tio Oscar”. Na verdade, se tratava de um primo, Oscar Pierce, um fazendeiro do Texas.
Verdade ou não, Herrick acabou se tornando um nome conhecido, atuando como diretora executiva da organização entre 1945 e 1971. A Biblioteca da Academia, que hoje reúne mais de 52 milhões de itens entre livros, roteiros, fotografias, pôsteres etc., leva seu nome. É a Biblioteca Margareth Herrick.
O colunista de fofoca Sidney Skolsky (1905-1983) atribuiu a si a autoria do nome dizendo tê-lo usado em um artigo de 1934 para comentar o prêmio de Melhor Atriz recebido por Katharine Hepburn (1907-2003) por sua atuação em “Manhã de glória” (1933). Skolsky disse que foi uma maneira jocosa para zombar da seriedade que cercava o prêmio, embora suas críticas fossem consideradas bem bem menos ácidas que as de suas rivais Hedda Hopper (1885-1966) e Louella Parsons (1881-1972), cujo nome inspirava terror entre as estrelas da época.
Existe também a versão de que o nome teria vindo de Bette Davis (1908-1989) depois que a atriz foi indicada pelo filme “Escravos do Desejo” (1934). A estatueta a lembraria de seu então marido, Harmon Oscar Nelson. Mas a teoria não é muito aceita porque em 1935, quando Davis concorreu ao prêmio, a expressão já havia se popularizado.
Seja como for, a Academia reconheceu a popularidade do apelido e adotou o nome Oscar oficialmente em 1939.
Quanto vale um Oscar? Ele é um homem nu?
A estatueta do Oscar foi concebida em 1928 pelo diretor de arte Cedric Gibbons (1983-1960), que ganhou, ele próprio, 11 Oscar durante sua carreira. As vitórias na categoria de direção ode arte incluem o drama “Quatro Destinos” (em 1949, baseado no romance “Mulherzinhas”, de Louisa May Alcott) e o musical “Um americano em Paris” (1951). O escultor George Stanley (1903-1970) executou a obra.
A estátua pesa cerca de 3,85 kg, com 34,5 cm de altura. É feita de britannium, uma liga de estanho, antimônio e cobre, banhada em ouro 24 quilates. O custo de produção de cada peça varia entre US$ 400 e US$ 900, mas o valor pode atingir cifras altas quando vai a leilão. Em 1999, o cantor Michael Jackson (1958-2009) pagou US$ 1,5 milhão pelo Oscar de Melhor Filme concedido a “E o vento levou” em 1940. O prêmio fazia parte do espólio do produtor David O. Selznick (1902-1965), uma lenda da antiga Hollywood. A estatueta desapareceu e ninguém sabe de seu paradeiro.
Negociações só podem ser feitas, eventualmente, com prêmios concedidos até 1950. Em 1951, a Academia estabeleceu como regra que se um vencedor ou seus herdeiros legais quiserem se desfazer da estatueta, a oferta tem de ser feita primeiramente à própria Academia.
E por um valor simbólico: US$ 1.
O Oscar não é um homem nu, como muita gente pensa. As linhas simples da peça, sem muitos detalhes, é que dão a impressão de que ele está despido. A estatueta representa, na verdade, um cavaleiro segurando uma espada sobre um rolo de filmes com cinco faixas.
Trata-se de uma referência às categorias profissionais reconhecidas originalmente pela Academia: atores, diretores, produtores, roteiristas e técnicos.
O Valor vai acompanhar a transmissão ao vivo do Oscar neste domingo, dia 2.
Fonte: Valor