Pai do tenista João Fonseca, que venceu título hoje, também fez história, mas no mercado financeiro | Finanças

Como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) só passou em 1993 a reconhecer a figura das assets que não tinham ligação com bancos, no início a gestora operava como consultoria, administrando individualmente as carteiras dos clientes.

A inspiração de Fonseca eram as casas do gênero em pleno crescimento nos Estados Unidos, modelo que ele viu ser promissor após a abertura do mercado acionário brasileiro aos estrangeiros. Em 1987, o Conselho Monetário Nacional (CMN) destrancou as bolsas para investidores estrangeiros e representou um grande passo para uma virada do mercado acionário brasileiro em termos de tamanho e liquidez.

Após a autorização da CVM, a gestora abriu no mesmo ano o IP Participações, seu primeiro fundo, que passou a abrigar todos os clientes, sendo que alguns permanecem até hoje como cotistas. Desde então, o fundo rendeu 24.254%. Em 2024, garantiu retorno de 5,1% e, em cinco anos, 41%. Atualmente, a asset, que agora se chama IP Capital Partners, tem mais três fundos, todos abertos nas plataformas de investimentos.

É uma casa fundamentalista, com investimentos de longo prazo basicamente em ações, em muitos casos ocupando assento no conselho de administração e influenciando a gestão da empresa. Fonseca se mantém como principal sócio e conselheiro da IP, e Vinháes deixou a asset em 2016 e abriu sua própria empresa em Londres.

Fonseca também se dedica hoje a administrar a carreira do filho, junto com a esposa, Roberta Fonseca, em vez de contratar uma grande agência internacional. No ano passado, a família até contratou o empresário Gustavo Abreu, também com passagem pelo mercado financeiro, para gerir a carreira do atleta, mas todas as decisões passam antes pelo casal e pelo atleta. Apaixonado por esportes em geral, Christiano Fonseca é muito discreto e raramente dá entrevistas.